Análise do fenômeno da violência escolar em escola pública do Distrito Federal de 2017 a 2023

Abstract

Na atualidade, em muitas escolas brasileiras, vive-se um cotidiano caracterizado por múltiplas manifestações de violência. Essa questão é constantemente tornada pública, seja pelos diversos meios de mídia, seja no próprio cotidiano dos estabelecimentos escolares. É público e notório que as escolas do Distrito Federal, mais especificamente, sofrem com esse fenômeno. A violência escolar pode ser subdividida em três formas ou modos de manifestação distintos; assim, a expressão violência em âmbito escolar, ou apenas violência escolar, caracteriza uma forma genérica, que engloba três diferentes formas: aquela que se produz no espaço escolar; aquela direcionada à instituição e àqueles que a representam; e a institucional, simbólica, da própria instituição escolar e de seus diversos agentes. Há um cenário com aumento considerável das diferentes manifestações de violência em âmbito escolar no Brasil, nos últimos anos, e, de modo mais especial, a partir do ano de 2016 até os dias de hoje (2024), período marcado de forma intensa no cenário político eleitoral brasileiro. Após o golpe (impeachment) sofrido pelo governo Dilma em 2016, cresceram os números de ataques à escola, incluindo ataques extremos, com aumento na incidência de violência na escola e também contra a escola, manifestada por meio dos mais diversos tipos e formas, abrangendo expressões que passam pela questão de raça e gênero. O presente trabalho buscou investigar, por meio de entrevistas abertas semiestruturadas com professores, professoras e equipe diretiva de uma escola pública e periférica do Distrito Federal, as manifestações de violência ocorridas na escola entre os anos de 2016 até 2024, em paralelo com ataques sofridos por outras escolas, publicados em veículos de mídia diversos, o que gerou ampla produção documental por setores da educação também analisada. Diferentes condições sociais e políticas no período estudado fomentaram um cenário particular de manifestações de violência em âmbito escolar, concluindo ser necessário, para a mitigação desse quadro, um projeto societário mais humano.