A (auto)poieses do cerrado brasileiro : uma pesquisa artística, pela fenomenologia natural

Abstract

Este trabalho aborda possibilidades de reconexão nas relações entre humanos e a natureza, para promover uma reformulação (re)generativa das formas de pensar e agir. Procura-se, por meio da pesquisa de processo artístico, responder como a experiência da fenomenologia natural, desenvolvida por Johann Wolfgang von Goethe no final do século XVIII, contribui para a compreensão da poiésis como uma forma de pensamento. Considera-se, para isso, o poder das linguagens artísticas de ampliar imaginários, os princípios naturais e a sabedoria sensível, poética, de comunidades tradicionais como: ameríndios, aborígenes, xintoístas e, principalmente, aquelas do cerrado (sertanejos, geraizeiros, quilombolas, indígenas, vazanteiros, caiçaras e veredeiros). Em um primeiro momento, além de Goethe, estudam-se pensadores como os pré-socráticos, os de linha Zen Budista e os inspirados por Baruch Spinoza. Com a finalidade (re) integrar as dimensões humanas e as linguagens que se expressam no Cerrado, para as experienciar a partir da poética pela premissa conceitual da autopoiesis de Francisco Varela e de Humberto Maturana. Para tanto, tem-se, como guias, as comunidades tradicionais e os cientistas naturalistas do Cerrado.