Campo DC | Valor | Idioma |
dc.contributor.advisor | Carvalho Netto, Menelick de | pt_BR |
dc.contributor.author | Noleto, Mauro Almeida | pt_BR |
dc.date.accessioned | 2025-01-10T16:49:50Z | - |
dc.date.available | 2025-01-10T16:49:50Z | - |
dc.date.issued | 2025-01-10 | - |
dc.date.submitted | 2024-09-18 | - |
dc.identifier.citation | NOLETO, Mauro Almeida. Silêncio perpétuo? : anistia e transição política no Brasil (República Velha e Era Vargas). 2024. 335 f. Tese (Doutorado em Direitos Humanos e Cidadania) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024. | pt_BR |
dc.identifier.uri | http://repositorio.unb.br/handle/10482/51316 | - |
dc.description | Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Centro de Estudos Avançados e Multidisciplinares, Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos e Cidadania, 2024. | pt_BR |
dc.description.abstract | A tradição de conciliação via anistia tem prevalecido no Brasil desde os
primórdios da nacionalidade e se mostrou ainda mais presente ao longo de todo o período
republicano, desempenhando papel importante nas “aberturas”, isto é, nas transições para
os regimes de restauração da constitucionalidade democrática. Mas, há muito silêncio
sobre como se deu a fixação dessa tradição na rotina institucional e política. As anistias
parecem ter conseguido, pelo menos parcialmente, promover um duplo silenciamento:
dos crimes abrangidos pelo seu comando de esquecimento e dos próprios fatos e
circunstâncias políticas que determinaram as sucessivas edições da medida ao longo da
história republicana. No entanto, a concessão da medida nem sempre conseguiu de fato
impedir a irrupção de novos surtos de violência política, insurreições e até mesmo de
golpes de Estado. Ao contrário, pode ter contribuído para a manutenção desse quadro
latente de ruptura institucional. Por outro lado, a promessa de esquecimento dos crimes
anistiados também não foi cumprida à risca, como o demonstra a luta por direitos de
reparação ou restituição de status civil e militar de muitos grupos de anistiados durante
todo o período republicano. A tradição conciliatória, em que as anistias se inserem, por
muitas vezes silenciou as vozes dissonantes, as críticas aos abusos e distorções cometidos
com o emprego concreto da medida e a sua relação essencial com o “estado de exceção”
e com a impunidade dos abusos da repressão, tudo em nome de um uso idealizado e
exemplar, em que a anistia é vista como instrumento (mágico) de pacificação pelo
silenciamento das disputas passadas. A hipótese aqui aventada é a de que, ao comandar
reiterada e sucessivamente o esquecimento de um passado de conflitos políticos e de
repressão violenta (os “crimes conexos”), as anistias editadas em momentos de transição
de regimes no Brasil acabaram por acomodar e camuflar a presença (ou a ameaça) da
exceção e do arbítrio na ordem constitucional ao longo do tempo, naturalizando tanto o
recurso à violência para a tomada do poder, quanto a repressão política de exceção aos
“inimigos” do Estado. Mas, ao criar restrições, condições e exclusões, de modo a
satisfazer interesses políticos dos regimes de força, as anistias de transição entram em
contradição com o seu sentido comum, o esquecimento (silêncio perpétuo) e até mesmo
a conciliação. | pt_BR |
dc.language.iso | por | pt_BR |
dc.rights | Acesso Aberto | pt_BR |
dc.title | Silêncio perpétuo? : anistia e transição política no Brasil (República Velha e Era Vargas) | pt_BR |
dc.type | Tese | pt_BR |
dc.subject.keyword | Anistia - Brasil | pt_BR |
dc.subject.keyword | Transição política | pt_BR |
dc.subject.keyword | Direito - história - Brasil | pt_BR |
dc.rights.license | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. | pt_BR |
dc.description.abstract1 | The tradition of conciliation via amnesty has prevailed in Brazil since the dawn of
nationality and has been even more present throughout the republican period, playing an
important role in the "openings", that is, in the transitions to the regimes of restoration of
democratic constitutionality. But there is a lot of silence about how this tradition was
established in the institutional and political routine. The amnesties seem to have managed,
at least partially, to promote a double silencing: of the crimes covered by their command
of oblivion and of the very facts and political circumstances that determined the
successive editions of the measure throughout republican history. Against the idealization
of the concept of amnesty and the naturalization of its "fit" in the Brazilian "conciliatory
tradition" there is, however, evidence that can be gleaned from the very tradition of
political amnesties in Brazil. The fact is that the granting of the measure has not always
been able to prevent the eruption of new outbreaks of political violence, insurrections and
even coups d'état. On the contrary, it may have contributed to the maintenance of this
latent picture of institutional rupture. On the other hand, the promise of forgetting the
crimes was also not fulfilled to the letter, as demonstrated by the struggle for the rights of
reparation or restitution of civil and military status of many groups of amnestied
throughout the republican period. The conciliatory tradition, in which amnesties are
inserted, has often silenced dissonant voices, criticism of the abuses and distortions
committed with the concrete use of the measure and its essential relationship with the
"state of exception" and with impunity for the abuses of repression, all in the name of an
idealized and exemplary use, in which amnesty is seen as a (magical) instrument of
pacification by silencing past disputes. The hypothesis put forward here is that, by
repeatedly and successively commanding the oblivion of a past of political conflicts and
violent repression (the "related crimes"), the amnesties issued in moments of transition of
regimes in Brazil ended up accommodating and camouflaging the presence (or threat) of
exception and arbitrariness in the constitutional order over time, naturalizing both the
recourse to violence for the seizure of power, and the political repression of exception to
the "enemies" of the State. But by creating restrictions, conditions and exclusions, in order
to satisfy the political interests of the regimes of force, transitional amnesties contradict
their common meaning, oblivion (perpetual silence) and even conciliation. | pt_BR |
dc.description.unidade | Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (CEAM) | pt_BR |
dc.description.ppg | Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos e Cidadania | pt_BR |
Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado
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