Entre o esboço e a pintura : a atividade criadora na organização didática da aula de Artes Visuais

Abstract

Intitulado, “Entre o esboço e a pintura: a atividade criadora na organização didática da aula de Artes Visuais”, esta pesquisa foi construída a partir do seguinte problema de pesquisa: a organização didática da aula de Artes Visuais de uma escola pública do DF repercute no desenvolvimento do processo criador e do fazer artístico dos alunos do ensino fundamental? A partir dessa problemática foi materializado, como objetivo geral, analisar a organização didática da aula de Artes Visuais e suas repercussões no desenvolvimento do processo criador e do fazer artístico dos alunos dos anos finais do ensino fundamental de uma escola pública, situada na Região Administrativa de Samambaia. A metodologia, de natureza qualitativa, consubstanciada nas discussões e aproximações elaboradas pelo Materialismo Histórico-Dialético (MHD), fundamentamos em: Marx (1982); Netto (2011); Húngaro (2008); Cury (1989). Utilizamos para a produção de dados: análise documental do Currículo em Movimento do Distrito Federal (2018) e da Base Nacional Curricular Comum (2017). Bem como foi utilizado como instrumentos metodológicos: observação das aulas de Artes, entrevistas semiestruturadas com uma professora de Artes Visuais e grupo de discussão com estudantes (Weller, 2006). Os dados foram organizados por meio do processo analítico denominado Núcleos de Significação (Aguiar & Ozella, 2014). Nas construções teóricas sobre trabalho e trabalho pedagógico recorremos a Saviani (2007), Fuentes e Ferreira (2017). Para discutir a organização didática da aula fundamentamos em Libâneo (2013), Silva (2014), Veiga (2008) e Saviani (2021b). Para a discussão a respeito da aula de artes e atividade criadora voltamos para os textos e produções de Barbosa (2019), Vigotski (2018) e Saccomani (2016) e para a discussão a respeito da importância da Arte para a sociedade recorremos a Lukács (2023). Compreendemos, a partir dos resultados que: a) a atividade criadora é uma potencialidade a ser desenvolvida também pela escola, portanto a organização didática da aula interfere no desenvolvimento do ato criador dos alunos; b) há a necessidade de os professores de Artes Visuais desenvolverem suas aulas articulando teoria e prática, uma vez que a atividade criadora se desenvolve a partir das referências adquiridas pelo sujeito, o que dialoga com as perspectivas teórico-metodológicas que fundamentam a aula de Artes Visuais; c) as perspectivas teórico-metodológicas que orientam a aula de Artes Visuais são as propostas no Currículo em Movimento do Distrito Federal. No entanto, há adesão à perspectiva tradicional, identificada em algumas ações da professora; d) a precarização das escolas é um impedimento para que o ato criador seja desenvolvido nos estudantes, uma vez que sem os materiais e o espaço adequado, há o comprometimento no trabalho do professor e no desenvolvimento dos alunos.