Acesso e cuidado odontológico em gestantes : um estudo de caso

Abstract

O acesso e o atendimento bucal durante a gravidez trazem resultados positivos para a gestante e para o bebê, e, portanto, a atenção em saúde bucal deve ser incorporada como rotina durante o pré-natal. A presente investigação propôs analisar o acesso e a assistência odontológica oferecidos às gestantes na Atenção Primária à Saúde (APS) no município de Planaltina de Goiás, estado de Goiás, bem como oferecer um guia de atendimento odontológico às gestantes voltado às equipes de saúde bucal e gestores do referido município. A pesquisa contou com um desenho de estudo quali-quantitativo, em que por meio de registros observacionais, discursivos e escritos, foi gerado um banco de dados, visando compreender o acesso e o cuidado em saúde bucal de mulheres em período gestacional. Para tal, foram utilizadas técnicas de imersão de campo, entrevistas semi-estruturadas e análise documental visando a construção de categorias e análise de conteúdo voltados para a atenção em saúde bucal às gestantes. A partir dos resultados encontrados, observou-se que o acesso aos cuidados odontológicos no pré-natal deve ser rotina na Estratégia de Saúde da Família, por tratar-se de um espaço privilegiado para promover a saúde bucal, desenvolvendo a consciência de responsabilidade da gestante pela sua saúde e de seu filho. Também se percebeu que a atuação do cirurgião-dentista no prénatal ainda é deficiente e cercada por mitos, medos e preconceitos, tanto por parte das gestantes, como também entre os profissionais de saúde. O cuidado odontológico durante a gestação deve ser feito interprofissionalmente. O preparo adequado do cirurgião-dentista, no que tange ao conhecimento das alterações sistêmicas e bucais relacionadas à gravidez, além do conhecimento e uso de fluxos de atendimento nas equipes de saúde, tem o potencial de contribuir para o aperfeiçoamento da saúde bucal de mulheres em período gestacional e consequentemente a melhoria e o aumento nos atendimentos odontológicos a população e em específico a gestante, o que remete ao alcance de metas nos indicadores de saúde que são usados como ferramenta para identificar, monitorar, avaliar ações e subsidiar as decisões do gestor. A falta de protocolos de atendimento odontológico gera opiniões divergentes entre profissionais de saúde bucal, insegurança durante a realização de procedimentos invasivos bem como a descontinuidade da atenção à saúde bucal de mulheres gestantes, mediante isso, teremos como consequências, a falta de uma atenção integral, longitudinal e a não abordagem clínica baseada em evidências científicas que assegure a realização das intervenções necessárias durante o período gestacional. Por fim, faz-se necessário investimento em educação permanente e continuada dos profissionais que atuam na assistência em saúde.