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Título: Avaliação dos efeitos da toxina peptídica Ap6 de Acanthoscurria paulensis sobre a condutância de canais de potássio dependentes de voltagem
Autor(es): Seraine, Rodrigo Barbosa
Orientador(es): Schwartz, Elisabeth Nogueira Ferroni
Assunto: Canais iônicos
Aranhas
Peptídeos antimicrobianos
Data de publicação: 12-Nov-2024
Referência: SERAINE, Rodrigo Barbosa. Avaliação dos efeitos da toxina peptídica Ap6 de Acanthoscurria paulensis sobre a condutância de canais de potássio dependentes de voltagem. 2024. 58 f., il. Dissertação (Mestrado em Biologia Molecular) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024.
Resumo: Canais iônicos são proteínas transmembranares que possuem propriedades como o movimento de abertura e fechamento mediado por sinais elétricos, químicos ou mecânicos, e a condução de íons através da membrana. Os canais de potássio atuam na regulação da excitabilidade celular e podem sofrer modulações em seus padrões de respostas na presença de toxinas peptídicas provenientes de peçonhas de diversos animais, entre os quais os artrópodes. As peçonhas de aranhas são amplamente estudadas devido à sua complexa mistura de moléculas bioativas capazes de modular ou inibir canais iônicos, possuindo atividade membranolítica, entre outras propriedades de alto interesse farmacológico. Compostos de interesse farmacológico possuem estruturas que indicam atividade biológica, tal qual o motivo estrutural ICK, caracterizado por uma sequência específica de cisteínas e pontes dissulfeto. Ap6 tem 31 resíduos de aminoácidos que foi previamente encontrado na peçonha de Acanthoscurria paulensis e que teve o efeito avaliado sobre os canais NaV 1.1, NaV 1.5, NaV 1.7, CaV 1.2, CaV 2.1 e CaV 2.2 na concentração de 1 µM. Dentre esses canais iônicos, Ap6 apresentou atividade somente nos canais CaV 2.1, levando à sua classificação como uma ômega-toxina. Uma vez que a Ap6 apresenta similaridade de sequência com outros peptídeos de aranhas Theraphosidae que apresentaram atividade em canais de potássio e considerando que é comum para tais peptídeos apresentarem promiscuidade quanto ao alvo molecular, o presente trabalho teve como objetivo aferir sua capacidade de modulação ou bloqueio em canais KV 1.1, KV 1.2, KV 1.3 e KV 3.1. O peptídeo Ap6 foi purificado a partir da peçonha da aranha Acanthoscurria paulensis por meio de duas etapas de cromatografia líquida de fase reversa (RP-HPLC). Por espectrometria de massa do tipo MALDI-ToF, foi possível confirmar o grau de pureza e a massa molecular monoisotópica experimental de 3717,9 Da. A atividade sobre canais de K + foi avaliada por meio da técnica de patch-clamp no modo whole-cell. Foram utilizadas células HEK 293T que expressavam canais KV 1.1 e KV 1.2 e células L292 expressando canais KV 1.3 e KV 3.1 e a Ap6 foi usada a uma concentração de 500 nM. Nas condições experimentais, Ap6 não apresentou capacidade de modificar as correntes de potássio nos canais estudados. Apesar da análise de similaridade de sequências e do arranjo estrutural no motivo ICK indicarem possível atuação em canais de potássio e, portanto, uma possível classificação como kappa-toxinas, a Ap6 não foi capaz de modificar a condutância dos canais KV 1.1, KV 1.2, KV 1.3 e KV 3.1. Desta forma, sugere-se que mais testes sejam realizados, principalmente em KV 2.1 e que a Ap6 siga sendo classificada, por hora, como uma omega-toxina.
Abstract: Ionic channels are transmembrane proteins that exhibit properties such as opening and closing movements mediated by electrical, chemical, or mechanical signals, and the conduction of ions across the membrane. Potassium channels play a role in the regulation of cellular excitability and may undergo modulation in their response patterns in the presence of peptidic toxins from the venom of various animals, including arthropods. Spider venoms are extensively studied due to their complex mixture of bioactive molecules capable of modulating or inhibiting ionic channels, possessing membranolytic activity among other pharmacologically relevant properties. Pharmacologically interesting compounds have structures indicating biological activity, such as the structural motif ICK, characterized by a specific sequence of cysteines and disulfide bridges. Ap6 is a 31-amino acid residue peptide previously found in the venom of Acanthoscurria paulensis and had its effect evaluated on NaV 1.1, NaV 1.5, NaV 1.7, CaV 1.2, CaV 2.1, and CaV 2.2 channels at a concentration of 1 µM. Among these ionic channels, Ap6 showed activity only on CaV 2.1 channels, leading to its classification as an omega-toxin. Since Ap6 exhibits sequence similarity with other peptides from Theraphosidae spiders that have shown activity on potassium channels, and considering that it is common for such peptides to exhibit molecular target promiscuity, this study aimed to assess its modulation or blocking capability on KV 1.1, KV 1.2, KV 1.3, and KV 3.1 channels. The Ap6 peptide was purified from the venom of Acanthoscurria paulensis through two stages of reverse-phase liquid chromatography (RP-HPLC). MALDI-ToF mass spectrometry confirmed the degree of purity and the experimental monoisotopic molecular mass of 3717.9 Da. The activity on K+ channels was evaluated using the patch-clamp technique in whole-cell mode. HEK 293T cells expressing KV 1.1 and KV 1.2 channels and L292 cells expressing KV 1.3 and KV 3.1 channels were used, and Ap6 was applied at a concentration of 500 nM. Under experimental conditions, Ap6 did not show the ability to modify potassium currents in the studied channels. Despite the sequence similarity analysis and structural arrangement in the ICK motif indicating possible activity on potassium channels and, therefore, a possible classification as kappa-toxins, Ap6 was not able to modify the conductance of KV 1.1, KV 1.2, KV 1.3, and KV 3.1 channels. Thus, it is suggested that further tests be conducted, primarily on KV 2.1, and that Ap6 continues to be classified, for now, as an omega-toxin.
Unidade Acadêmica: Instituto de Ciências Biológicas (IB)
Departamento de Biologia Celular (IB CEL)
Informações adicionais: Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Biologia Celular, Programa de Pós-Graduação em Biologia Molecular, 2024.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Molecular
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
Agência financiadora: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
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