http://repositorio.unb.br/handle/10482/50809
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LucianaDantasDePaula_TESE.pdf | 1,84 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Título: | Promovendo o desenvolvimento dialógico de professores para lidar com preconceitos e incertezas |
Autor(es): | Paula, Luciana Dantas de |
Orientador(es): | Branco, Angela Maria Cristina Uchoa De Abreu |
Assunto: | Psicologia cultural Psicologia do desenvolvimento Práticas pedagógicas Professores - interação |
Data de publicação: | 8-Nov-2024 |
Data de defesa: | 17-Mai-2024 |
Referência: | PAULA, Luciana Dantas de. Promovendo o desenvolvimento dialógico de professores para lidar com preconceitos e incertezas. 2024. 170 f., il. Tese (Doutorado em Psicologia do Desenvolvimento e Escolar) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024. |
Resumo: | Os professores enfrentam inúmeras incertezas em seu trabalho em sala de aula, principalmente quando os alunos fazem perguntas para as quais não têm resposta ou quando surgem conflitos. Embora muitos professores tenham sido instruídos a evitar tópicos controversos, no mundo polarizado de hoje, não se trata de uma questão de se, mas de quando encontrarão situações de incerteza ou conflito; cabendo a pergunta: professores devem engajar em conversas difíceis com os alunos ou evitá-las? Considerando esse cenário, a pesquisa teve como objetivo identificar e analisar possíveis mudanças nas perspectivas e posicionamentos dos professores em relação a como navegar incertezas e conflitos envolvendo preconceitos e temas sensíveis, por meio da realização de um curso de extensão sobre conflitos em sala de aula. Para isso, foi realizado um estudo qualitativo ancorado nos fundamentos teóricos e epistemológicos da Psicologia Cultural e do Paradigma Dialógico. Ambas as abordagens entendem os fenômenos humanos como complexos, dinâmicos e interdependentes da cultura e do contexto. Assim, foi realizado um grupo focal de oito semanas com treze professores do ensino fundamental e médio. As reuniões online foram estruturadas para se adaptarem às contribuições dos participantes. Ademais, foram realizadas três entrevistas individuais semi-estruturadas para obter feedback, entender suas experiências e o impacto das reuniões. O rico conjunto de informações coconstruídas nesta pesquisa foi organizado em dois eixos de análise: horizontal, fornecendo uma visão ampla dos dados ao longo das sessões, e vertical, concentrando-se em análises individuais dos participantes. Rastreamos e articulamos os movimentos dos participantes no diálogo durante as reuniões, identificando tensões, contradições e concordâncias; e analisamos as nuances de suas perspectivas e posicionamentos em relação aos conflitos e incertezas que enfrentavam. Os principais desafios dos professores estavam menos ligados às interações professor-aluno e mais ligados ao caleidoscópio de relações complexas dos níveis macro (estrutural e institucional) e que refletiam nas relações de nível micro que eles tinham de navegar. O medo e as incertezas sobre possíveis repreensões institucionais ou a perda do controle da turma foram algumas das preocupações que surgiram. Mensagens culturais hipergeneralizadas, restrições institucionais, falta de apoio e treinamento surgiram como barreiras para os professores para sequer tentar implementar práticas dialógicas em sala de aula. Por essa razão, na tentativa de traduzir as intenções dialógicas em prática, precisamos enfatizar a dimensão afetiva. Horizontes de possibilidades surgiram dos processos coletivos de coconstrução de significados durante as interações dos participantes, nos quais foram identificados indicadores de abertura que poderiam tirá-los de grandes incertezas em direção a uma maior conexão com o que é possível em cada momento. Também foram identificados shifts nas perspectivas e posicionamentos dos participantes, o que interpretamos, e propomos, como construtos frutíferos para a psicologia do desenvolvimento, indicativos de micro-processos de mudança. Concluímos destacando que os esforços na direção da cocriação de uma Atmosfera Afetivo-Semiótica-AAS (construto aqui proposto) acolhedora são essenciais para o desenvolvimento de uma educação democrática. Os professores são mais capazes de lidar com as incertezas inerentes às práticas pedagógicas e dialógicas quando contam com tais atmosferas construtivas. |
Abstract: | Teachers face uncertainties in their classroom work, particularly when students ask questions for which they have no ready answer, or when conflicts arise. Although many teachers have been told to avoid controversial topics, in today’s polarized world it is not a matter of if but when they will encounter situations of uncertainty or conflict. This reality heightens tensions in teachers’ practices: Should they engage in difficult conversations with students or avoid them? Considering this scenario, the research aimed to identify and analyze possible shifts in teachers’ perspectives and positionings regarding how to manage uncertainties in conflict involving prejudices and other sensitive topics, by creating and holding an extension course on conflict resolution in the classroom. Moreover, we aimed to consider the teachers’ ideas regarding the implementation of concrete actions and social practices to improve the mitigation of conflicts and controversial issues in their classrooms. To achieve this, a qualitative study was conducted anchored in the theoretical and epistemological foundations of Cultural Psychology and the Dialogical Paradigm in human sciences. Both theoretical stances understand human phenomena as complex, dynamic, and interdependent with culture and context. An eight-week focus group with thirteen Middle and High School teachers was conducted online. The meetings were structured to adapt and change according to participants’ contributions and inputs. Three individual interviews were also conducted to gather feedback, understand their experiences and the impact (if any) of the meetings. The rich data set coconstructed in this research was organized into two key axes of analysis: horizontal, providing a broad view of the data across the sessions, and vertical, focusing individual participant analyses. We traced and articulated the movements of the participants in dialogue across the meetings, identifying tensions, contradictions, agreements; and analyzed the nuances of their perspectives and positionings regarding conflicts and uncertainties they faced. Our findings revealed that the primary challenges teachers faced were less connected to teacherstudents’ interactions and more connected to the kaleidoscope of complex relations that stemmed from macro and meso (society and institutions) levels and poured into the micro level relations they navigate. Fear and uncertainties about possible institutional reprimands, or of losing control of the class were some of the concerns that surfaced. Hypergeneralized cultural messages, institutional constraints, lack of support and training came up as barriers for the teachers to even try to implement dialogical practices in class. This is why, in translating dialogical intentions into practice, we need to emphasize the affective dimension of subjectivity and social interactions. Horizons of possibilities emerged from the collective meaning-making processes during participants’ interactions; where indicators of openness were identified, which could bring them out of the overwhelming uncertainty towards a greater engagement with what was possible at each moment. Shifts in participants’ perspectives and positionings were also identified, which we interpreted, and propose, as fruitful developmental constructs indicative of micro-processes of change. We conclude by highlighting that, efforts in the direction of cocreating a welcoming Affective-Semiotic Atmosphere-ASA (a construct here proposed), are essential to the development of democratic education. Teachers are more able to navigate uncertainties inherent to pedagogical and dialogical practices when they rely on such constructive atmospheres. |
Unidade Acadêmica: | Instituto de Psicologia (IP) Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento (IP PED) |
Informações adicionais: | Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento, Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Escolar, 2024. |
Programa de pós-graduação: | Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Escolar |
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Agência financiadora: | Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). |
Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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