Ontologia do Zoneamento. Quem quer manter a ordem, quem quer criar desordem : ´políticas urbanas, arquitetura da paisagem e desenho urbano com responsabilidade social e climática

Abstract

Zonear vem sendo, desde o passado, separar e segregar; também é regular, ordenar, discriminar. Criar linhas e áreas que delimitam planos e zonas especiais (ZEIS, OUC, reabilitação, risco, proteção e outros). Instrumento de ordenamento e planejamento territorial, na era da hipermodernidade, em tempos de mudanças climáticas que agravam desigualdades socio territoriais. A metodologia apresentou o zoneamento sob as dimensões ambientais, sociais e econômicas – o tripé da sustentabilidade, tecendo análises cronológicas e marcando características e desafios. Como o ordenamento e planejamento urbano construíram a territorialização de políticas com o zoneamento diretamente influenciado pelo desequilíbrio desse tripé, onde as questões econômicas influenciaram a efetividade das políticas públicas. De modo a reequilibrar essas dimensões, em acordo ao interesse público, propõe-se uma matriz de análise territorial para categorização dos territórios, preliminar ao zoneamento, que possa realizar a apreciação do estado de conservação atual e proposto e o que será transformado ou conservado, a fim de explicitar a necessidade da melhor integração com as paisagens, proteção de biomas, e proposição de medidas para melhorar a resiliência climática e trazer mais justiça social. A matriz se constrói pela reunião coordenada de informações possibilitada pela oferta de dados públicos, a fim de propiciar empoderamento da população, que conforme as teorias do novo serviço público, deve ser agente de planejamento e gestão com a participação ativa nas políticas públicas. Espera-se contribuir com prática do ensino do zoneamento no planejamento urbano contemporâneo e no aprimoramento da efetividade das políticas públicas enfrentando esse desafio da integração das políticas nos territórios.