Alterações estruturais ocorridas em área de concessão na floresta estadual do Antimary – Acre

Abstract

O objetivo da presente pesquisa foi avaliar as mudanças florísticas e estruturais em uma unidade de Manejo Florestal Sustentável na Floresta Estadual do Antimary, Acre. Os dados foram coletados, em duas ocasiões (2013, antes da exploração, e em 2015, após a exploração) em duas áreas distintas: área sem intervenção (AI) e área de exploração (AE). Cinco parcelas de 1 ha foram instaladas em cada área, onde ocorreu o registro e medição do diâmetro de todos os indivíduos com DAP ≥ 10 cm a 1,30 m do solo. A área sem intervenção apresentou 1.684 indivíduos, 50 famílias e 177 espécies, em 2013, e 1.615 indivíduos, 51 famílias e 180 espécies, em 2015. Na área de exploração ocorreram 2.141 indivíduos, 51 famílias e 179 espécies em 2013 e 1.886 árvores, 51 famílias e 178 espécies em 2015. A riqueza, diversidade e equabilidade foram altas, antes e após a exploração, e não sofreram alterações significativas, assim como a estrutura horizontal, em todos os parâmetros avaliados, exceto quanto à densidade e biomassa dos indivíduos. A espécie Acacia pollyphylla e Ceiba samauma, foram as mais relevantes na AI e AE, respectivamente. A estrutura diamétrica apresentou distribuição de forma exponencial (“J invertido”), e uma redução na densidade dos indivíduos nas primeiras classes diamétricas de ambas as áreas. Quanto à sanidade da floresta, a AI e AE apresentaram 71,7% e 66,8%, respectivamente, dos indivíduos sadios. Contudo, as análises mostraram a integridade física e semelhança dos atributos entre as áreas. Os indivíduos remanescentes da AE apresentaram altos níveis de qualidade entre as espécies de interesse comercial. As taxas de mortalidade foram de 2,1% e 6,1% ao ano, ingresso de 13,4 e 20,4 ind.ha-1 e IPA, em diâmetro, de 0,29 e 0,53 cm.ano-1. O ingresso de espécies com potencial comercial e de outros usos, foram suficiente para manter a população destas espécies, assim como no grupo de espécies tolerantes. Os resultados demonstraram que a intensidade da exploração não foi capaz de diferenciar a área explorada da condição natural da floresta, quanto à composição e qualidade florística, e que a floresta remanescente logo chegará ao mesmo nível estrutural existente antes da exploração.