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Título: Bem-estar e mal-estar no trabalho de policiais federais
Outros títulos: Well-being and ill-being at work among federal police officers
Autor(es): Araújo, Aline Costa Almeida
Orientador(es): Paschoal, Tatiane
Assunto: Ergonomia da atividade
Policiais federais
Qualidade de vida no trabalho
Data de publicação: 20-Ago-2024
Referência: ARAUJO, Aline Costa Almeida. Bem-estar e mal-estar no trabalho de policiais federais. 2024. 143 f., il. Dissertação (Mestrado em Administração) — Universidade De Brasília, Brasília, 2024.
Resumo: O interesse pelo bem-estar no trabalho tem sido crescente tanto na academia quanto nas organizações ao longo de décadas destacando-se estudos que buscam compreender as experiências individuais e coletivas dentro de categorias profissionais diferentes. Cada grupo ou categoria está circunscrito em dinâmicas próprias, decorrentes dos cenários específicos e da própria natureza do trabalho realizado. Nesse sentido, os policiais constituem uma categoria apontada como especialmente suscetível a altos níveis de estresse e problemas de saúde mental quando comparados à população geral. Aspectos organizacionais e do conteúdo do trabalho são fatores que contribuem para que esses profissionais vivenciem essas experiências no trabalho. A revisão de literatura sobre o bem-estar de policiais indica uma série de lacunas sobre variáveis antecedentes e suas relações, incluindo variáveis contextuais, pessoais e socioprofissionais. A presente pesquisa teve o objetivo de analisar as vivências do bem-esta e mal-estar no trabalho de policiais no contexto da Polícia Federal. Mas especificamente, buscou-se identificar as principais fontes de bem-estar e mal-estar no trabalho, descrever os níveis de bem-estar e malestar no trabalho, verificar se existem diferenças nos níveis de bem-estar no trabalho quanto ao estágio da carreira, ao cargo ocupado e ao gênero e comparar as fontes de bem-estar e mal-estar no trabalho em função das categorias socioprofissionais. A pesquisa está amparada no modelo teórico-metodológico de Ergonomia da Atividade Aplicada à Qualidade de Vida no Trabalho, que se fundamenta na ergonomia da atividade e dialoga com achados da Psicologia Organizacional e da Gestão de Pessoas. O estudo adotou uma abordagem quali-quanti, com recorte transversal, e foi conduzido com 635 policiais federais. Foi aplicado um questionário, hospedado em uma plataforma online externa à organização, composto por itens socioprofissiográficos, duas questões abertas de bem-estar e mal-estar no trabalho do Inventário de Avaliação de Qualidade de Vida no Trabalho, itens fechados sobre afeto no trabalho, que compõem tanto o Inventario de Avaliação de Qualidade de Vida no Trabalho quanto a Escala de Bem-Estar no Trabalho e itens fechados de realização no trabalho da Escala de Bem-Estar no Trabalho. Quanto às análises de dados, foram realizadas análises descritivas (média, desvio padrão e variância) e inferencial (Teste F e de Kruskal-Wallis e Teste HSD de Tukey). Com relação à parte qualitativa, foram utilizadas estatísticas textuais clássicas, pesquisa de especificidades de grupos, classificação hierárquica descendente, análises de similitude e nuvens de palavras sobre os corpus textuais e as tabelas de indivíduos por palavras. Os procedimentos de análise qualitativa foram elaborados por meio do aplicativo Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires- IRaMuTeQ. Quanto aos resultados, observa-se que afeto positivo e negativo coexistem no trabalho de policiais federais, o que vai ao encontro de outros estudos com amostras de profissionais de categorias diferentes. Observa-se também uma vivência moderada de realização no trabalho, indicando que os policiais federais se identificam com as atividades desempenhadas na instituição. Quando testadas as possíveis diferenças dos resultados quantitativos do bem-estar no trabalho em função das variáveis socioprofissionais, foram identificadas algumas diferenças estatisticamente significativas nas pontuações de afeto positivo, afeto negativo e realização em relação ao cargo, carreira e lotação. Sobre as fontes de bem-estar, foram identificados dois núcleos temáticos estruturadores do discurso, o primeiro composto pelos conteúdos de servir a sociedade, reconhecimento da sociedade e bom relacionamento com a equipe de trabalho, e o segundo núcleo formado pela estabilidade e segurança financeira. Ao analisar as especificidades dos discursos em função das variáveis socioprofissionais foi possível sustentar a afirmação de que as representações dos policiais federais quanto ao bem-estar no trabalho é relativamente similar. Quanto às fontes do mal-estar no trabalho, foram identificados quatro núcleos temáticos. O primeiro composto pela relação interpessoal negativa, gestores inexperientes e despreparados, Judiciário e a burocracia; o segundo núcleo formado pela falta de oportunidade de progressão na carreira, falta de reconhecimento interno, falta de autonomia; o terceiro núcleo representado pela injustiça organizacional e a diferença de tratamento entre cargos, e o quarto núcleo composto pela gestão ineficiente. Quanto às especificidades em função das variáveis socioprofissionais, foram identificadas algumas diferenças em relação ao cargo e ao tempo de serviço policial. O presente estudo traz contribuições tanto para o âmbito acadêmico quanto para o âmbito gerencial. Primeiramente, preenche diversas lacunas sobre o bem-esta e mal-estar de policiais, oferece sustentação empírica ao modelo teóricometodológico do EAA_QVT, levanta novos pontos para reflexão sobre a temática e aponta uma agenda de pesquisa. No âmbito gerencial, oferece insights aos gestores e formuladores de políticas organizacionais ao diagnosticar e mapear as fontes de bem-estar e mal-estar no trabalho dos policiais federais e mensurar essas vivências. Destaca-se, assim, um conjunto de indicadores que pode embasar uma futura elaboração de política e programa de qualidade de vida no trabalho e avaliações de impacto das ações organizacionais e gerenciais.
Abstract: Interest in well-being at work has been growing both in academia and in organizations over the decades, with studies that seek to understand individual and collective experiences within different professional categories standing out. Each group or category is circumscribed by its dynamics, resulting from specific scenarios and the very nature of the work carried out. In this sense, police officers are a category that has been identified as particularly susceptible to high levels of stress and mental health problems when compared to the general population. Organizational aspects and the content of the work are factors that contribute to these professionals experiencing these experiences at work. The literature review on the well-being of police officers indicates a series of gaps in the antecedent variables and their relationships, including contextual, personal, and socio-professional variables. This study aimed to analyze the experiences of well-being and ill-being at work among police officers in the context of the Federal Police. Specifically, it sought to identify the main sources of well-being and ill-being at work, describe the levels of well-being and ill-being at work, verify whether there are differences in the levels of well-being at work according to career stage, position held, and gender, and compare the sources of well-being and ill-being at work according to socioprofessional categories. The research is based on the theoretical-methodological model of Activity Ergonomics Applied to Quality of Life at Work, which is based on activity ergonomics and dialogues with findings from Organizational Psychology and People Management. The study adopted a qualitative-quantitative approach, with a cross-sectional approach, and was conducted with 635 federal police officers. A questionnaire was administered, hosted on an online platform external to the organization, consisting of socioprofissiographic items, two open-ended questions on well-being and ill-being at work from the Quality of Life at Work Assessment Inventory, closed-ended items on affect at work, which make up both the Quality of Life at Work Assessment Inventory and the Well-being at Work Scale, and closed-ended items on achievement at work from the Well-being at Work Scale. As for data analysis, descriptive (mean, standard deviation, and variance) and inferential (F-test, Kruskal-Wallis test and Tukey's HSD test) analyses were carried out. As far as the qualitative part is concerned, classic textual statistics, group specificity research, descending hierarchical classification, similarity analysis and word clouds were used on the textual corpus and the tables of individuals by word. The qualitative analysis procedures were carried out using the application Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires - IRaMuTeQ. The results show that positive and negative affect coexist in the work of federal police officers, which is in line with other studies with samples of professionals from different categories. There was also a moderate sense of accomplishment at work, indicating that federal police officers identify with the activities carried out in the institution. When the possible differences in the quantitative results of well-being at work were tested according to socio-professional variables, some statistically significant differences were identified in the scores for positive affect, negative affect and fulfillment about position, career and assignment. With regard to the sources of well-being, two thematic nuclei were identified which structured the discourse, the first consisting of the content of serving society, external recognition and a good relationship with the work team, and the second consisting of stability and financial security. By analyzing the specificities of the discourses according to the socio-professional variables, it was possible to support the claim that the federal police officers' representations of well-being at work are similar. Regarding the sources of ill-being at work, four thematic nuclei were identified. The first was made up of negative interpersonal relationships, inexperienced and unprepared managers, the judiciary and bureaucracy; the second was made up of a lack of opportunity for career progression, lack of internal recognition and lack of autonomy; the third was represented by organizational injustice and the difference in treatment between positions, and the fourth was made up of inefficient management. As for the specificities in terms of socio-professional variables, some differences were identified about position and length of police service. This study makes contributions to both the academic and managerial spheres. Firstly, it fills in several gaps on the well-being and ill-being of police officers, provides empirical support for the theoretical-methodological model of EAA_QVT, raises new points for reflection on the subject and points to a research agenda. At the managerial level, it offers insights to managers and organizational policymakers by diagnosing and mapping the sources of well-being and illbeing at work among federal police officers and measuring these experiences. This provides a set of indicators that can be used as a basis for future development of quality of life at work policies and programs, and for evaluating the impact of organizational and managerial actions.
Unidade Acadêmica: Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas (FACE)
Departamento de Administração (FACE ADM)
Informações adicionais: Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Economia, Administração, Ciências Contábeis e Gestão de Políticas Públicas, Programa de Pós-Graduação em Administração, 2024.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Administração
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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