Anemia e os longos períodos de internação em UTI

Abstract

Introdução: A anemia é considerada a doença mais comum no mundo sendo de grande importância estuda-la porque pode prejudicar gravemente o estado clínico de pacientes críticos. São várias as possíveis causas da doença em UTI, como flebotomias sucessivas, hemólise, irregularidade no metabolismo do ferro, entre outros. No entanto, uma das fontes de anemia ainda pouco estudada no meio acadêmico é a perda de volume de sangue devido a coleta diária para exames laboratoriais. Objetivo: O estudo objetiva analisar o efeito da coleta diária de sangue para realização de exames na manifestação clínica de anemia nos pacientes internados por longos períodos em Unidade de Terapia Intensiva. Metodologia: O desenvolvimento da pesquisa ocorreu na unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), utilizando estudo de coorte prospectivo com uma abordagem quantitativa e delineamento observacional e longitudinal. Resultados: O estudo incluiu 40 pacientes adultos em estado crítico (21 homens e 19 mulheres) com período de internação igual ou superior a 7 dias. A maior parte dos participantes foram idosos com idade média de 68,35 ± 17,11 anos. Foi possível observar que 87,5% dos pacientes foram submetidos à uma rotina diária de coleta de exames de sangue laboratoriais e que a anemia acometeu 92,5% dos enfermos, contudo, o volume de sangue coletado nos pacientes não teve significância estatística com o desenvolvimento desse agravo. Além disso, observou-se também que todos os pacientes apresentaram alguma queda nos índices de hemoglobina em algum momento da internação quando comparada com o dia da admissão na UTI, mesmo em indivíduos não diagnosticados com anemia. Somente com as comorbidade Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Melittus teve níveis de significância (p-valor <0,30), sendo que indivíduos com HAS apresentam 13 vezes mais chances de desenvolver anemia quando comprada com aquelas pessoas que não tiveram anemia e os portadores de Diabetes Melittus tiveram uma menor probabilidade de desenvolver tal enfermidade. Conclusão: Portanto, a anemia em pacientes internados em UTI precisa ser mais estuda para uma melhor elucidação das causas do problema e atenção clínica para minimizar a frequência dessa enfermidade; melhorar a qualidade de vida dos pacientes e atualização/treinamento das equipes envolvidas.