Alternativas para o desenvolvimento sustentável do submédio São Francisco

Abstract

Esta dissertação analisa a situação do Semi-árido brasileiro - SAB, que abrange uma área de 982.078,4 km2, em 1.133 municípios de nove estados do Brasil, com uma população estimada em 2007 de pouco mais de 22 milhões de habitantes. Trata-se de uma região que apresenta sérias limitações de recursos naturais; tem sido cenário de enormes contradições e desigualdades sociais, com indicadores socioeconômicos bem abaixo da média do restante do Brasil e que são agravados com as freqüentes estiagens prolongadas, o que constitui um grande desafio para viabilizar o seu desenvolvimento em bases sustentáveis. É feito um resgate das principais intervenções públicas para o desenvolvimento do SAB, que foram variadas, porém, na sua maioria, se concentram na busca de "soluções" para os problemas da variabilidade climática e da escassez de água. Optou-se por concentrar os estudos no Submédio São Francisco - SMSF, que fica inserido na parte central do SAB e é constituído por 95 municípios (26 baianos e 69 pernambucanos). É feita uma caracterização e são apresentados vários indicadores dessas duas regiões. O SMSF tem ganhado muita projeção nacional devido ao seu dinamismo econômico, obtido a partir da implantação dos grandes projetos de irrigação, principalmente no Pólo Petrolina-PE/Juazeiro-BA. O objetivo principal é analisar a atividade da agricultura irrigada no SMSF, seus impactos e suas limitações, tendo em vista o desenvolvimento sustentável dessa região. As políticas responsáveis por esse dinamismo econômico não contemplaram as demais dimensões da sustentabilidade: social, ambiental e política, fato que se constitui em um grande desafio para viabilizar o desenvolvimento sustentável da região. Em função dessas limitações, considera-se que o desenvolvimento do pólo Petrolina/Juazeiro obtido nos últimos 30 anos não é um modelo que pode ser replicado para a região do SAB. Nesse trabalho, são propostas algumas estratégias para superação de algumas dessas limitações da agricultura e irrigada, e são propostas estratégias para outras atividades, respeitando as diversidades existentes, e baseadas em uma proposta para a a convivência com a semi-aridez, a exemplo da dinamização e fortalecimento da caprino ovinocultura, apicultura, agricultura com culturas adaptadas às condições locais e atividades não agrícolas, com base na pluriatividade.