Skip navigation
Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/49494
Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2023_MegueMagalhaesDeAndrade_TESE.pdf1,06 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir
Título: O corpo como categoria ético-política em Judith Butler
Autor(es): Andrade, Megue Magalhães de
Orientador(es): Gontijo, Pedro Ergnaldo
Assunto: Butler, Judith, 1956-
Corpo
Ética
Data de publicação: 4-Ago-2024
Referência: ANDRADE, Megue Magalhães de. O corpo como categoria ético-política em Judith Butler. 2023. 163 f. Tese (Doutorado em Metafísica) — Universidade de Brasília, Brasília, 2023.
Resumo: Judith Butler é uma das filósofas do campo de estudos de gênero, cujas ideias têm expandido para estudos mais amplos acerca de problemas sociais, éticos e políticos da contemporaneidade. Esta pesquisa participa de um empenho em curso para trazer as contribuições de suas problematizações e de suas proposições para o trabalho filosófico em contexto brasileiro. A partir desse quadro, busca-se realizar uma leitura de corpo na filosofia de Butler, mapeando o significado que a corporalidade adquire, o papel que desempenha, bem como a forma como repercute sobre suas teorias. O objetivo principal é compreender o desenvolvimento da ideia de corporalidade na filosofia de Butler e sua repercussão sobre a elaboração de uma ético-político que expande os problemas de gênero, sem abandoná-los. O problema do corpo surge da relação sexo e gênero para a configuração da ontologia do sujeito. Assim, o ponto de partida, e que também o atravessa, é o problema do sujeito que, para Butler, não é pressuposto nem garantido, assim como o corpo não é dado de antemão, nem mero produto da natureza, mas constructo social. E nesse processo de “construção”, operado pela performatividade, tem-se a produção do corpo abjeto como consequência da produção regulada de corpos para serem reconhecidos como sujeitos. Essa ontologia rejeita o excesso de sua produção, a fim de garantir a legitimidade dos corpos normatizados. Isso influenciará a perspectiva de Butler sobre as vidas que importam e as vidas que não importam. A elaboração da sua crítica ao sujeito e a des-ontologização do corpo convergem, portanto, para a necessidade de pensar outro modo de subjetividade e de corporalidade. O sujeito de Butler é essencialmente extático porque é produzido por contatos, em processos interrelacionais e dinâmicos. A ontologia social do corpo aparece, então, como alternativa à metafísica da substância e apresenta a imagem do corpo interpessoal, enquanto vetor de relações constitutivas da subjetividade. Esse modo social-relacional de existência implica vulnerabilidade e interdependência, valores, segundo os quais,guia um outro modo de conceber as relações éticas, não mais a partir da autoconsciência, autonomia e autorresponsabilização individuais, mas a partir do reconhecimento da dependência, dos limites e dos fracassos das pretensões autorrealizadoras. Por fim, emerge na filosofia de Butler a imagem corporalizada da política, articulada pela imagem política do corpo, por meio da qual a filósofa constrói alternativas de políticas plurais. Através da mobilização da condição de dependência que é possível criar movimentos corporais potentes e produzir transformações inesperadas. Essa maneira é uma forma de argumentar contra as perspectivas individualistas liberais, ao mostrar que a agência política não se constrói enquanto soberania individual, independência e invulnerabilidade.
Abstract: Judith Butler is one of the philosophers in the field of gender studies, whose ideas have expanded to broader studies on contemporary social, ethical, and political problems. This research participates in an ongoing effort to bring the contributions of its problematizations and propositions to philosophical work in the Brazilian context. From this framework, we seek to carry out a reading of the body in Butler's philosophy, mapping the meaning that corporeality acquires, the role it plays, as well as the way it impacts her theories. The main objective is to understand the development of the idea of corporeality in Butler's philosophy and its repercussions on the elaboration of an ethical-political approach that expands gender problems without abandoning them. The problem of the body arises from the relationship between sex and gender for the configuration of the subject's ontology. Thus, the starting point, and which also crosses it, is the problem of the subject, which for Butler is neither presupposed nor guaranteed. Just as the body is not given in advance, it is not a mere product of nature but a social construct. In this process of “construction” operated by performativity, there is the production of the abject body, as a consequence of the regulated production of bodies to be recognized as subjects. This ontology rejects the excess of its production, to guarantee the legitimacy of standardized bodies. This will influence Butler's perspective on the lives that matter and the lives that don't. The elaboration of hercritique of the subject and the de-ontologization of the body therefore converge on the need to think about another mode of subjectivity and corporeality. Butler's subject is essentially ecstatic because it is produced by contacts, in interrelational and dynamic processes. The social ontology of the body appears, then, as an alternative to the metaphysics of substance and presents the image of the interpersonal body, as a vector of relationships constitutive of subjectivity. This social-relational mode of existence implies vulnerability and interdependence, values according to which guide another way of conceiving ethical relationships. No longer based on individual self awareness, autonomy, and self-responsibility, but based on the recognition of dependence, limits, and failures of self-fulfilling aspirations. Finally, the embodied image of politics emerges in Butler's philosophy, articulated by the political image of the body, through which the philosopher constructs plural policy alternatives. By mobilizing the condition of dependence, it is possible to create powerful body movements and produce unexpected transformations. In this way, it is a way of arguing against liberal individualist perspectives, by showing that political agency is not constructed as individual sovereignty, independence, and invulnerability.
Unidade Acadêmica: Instituto de Ciências Humanas (ICH)
Informações adicionais: Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Metafísica, 2023.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Metafísica
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

Mostrar registro completo do item Visualizar estatísticas



Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.