Cartografia de aptidão à urbanização : o caso da bacia hidrográfica do rio Pratagy -AL

Abstract

O processo de urbanização desordenado do município de Maceió em direção ao litoral norte esbarra em suscetibilidades físicas e ambientais da área, que necessitam de investimento em infraestrutura urbana, saneamento básico e políticas públicas para a população existente e para as futuras. O objetivo geral desta dissertação é explorar métodos e modelos cartográficos de auxílio ao planejamento urbano sustentável, baseando-se na estruturação de um procedimento de mapeamento geotécnico progressivo, utilizando geotecnologias e a base teórica da Cartografia Geotécnica. Para tal, a Bacia Hidrográfica do Rio Pratagy, em Alagoas, foi escolhida como estudo de caso. A metodologia da pesquisa baseia-se nas premissas propostas por Zuquette & Gandolfi, 2004, que apresenta etapas metodológicas de inventário, zoneamento e prognósticos e proposição de ações; no método de detalhamento progressivo descrita por Cerri et al (1996) e também nas orientações apresentadas na Lei nº 12.608/2012, que estabelece a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil. O mapa de uso do solo foi realizado a partir da metodologia de classificação supervisionada. As áreas restrição ambiental seguiram o código florestal, Lei 12.651/2012. As cartas de suscetibilidade à inundação e alagamento, movimento de massa e erosão serviram de base para a Carta Geotécnica de Aptidão urbana que apresentou que a classe de aptidão nula equivale a 21,0%, a de aptidão baixa, 35,0%, a de aptidão média 30,0% e a de aptidão alta ocupa 13% da BHP. Por meio do uso da tabulação cruzada verificou-se que 57% da área de aptidão à urbanização nula e 39% de aptidão baixa corresponde às áreas de alta suscetibilidade à movimento de massa. 43% das áreas de aptidão nula e 70% das áreas de aptidão baixa, apresentam alta suscetibilidade à erosão. 60% da classe à aptidão nula e 80% da classe à aptidão baixa está em áreas de alta suscetibilidade a inundação e alagamento. É possível concluir que antes da ocupação das áreas com média e alta aptidão urbana é preciso diminuir a vulnerabilidade do solo dessas regiões, e preservar e vegetação remanescentes nos tabuleiros, tabuleiros dissecados e encostas e vales, evitando aumento das áreas suscetíveis à movimentos de massa e erosões.