Avaliação da implantação do plano de contingência do Hospital Universitário de Brasília para o enfrentamento da pandemia de covid-19

Abstract

Introdução: Desde que a Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) decorrente da infecção humana pelo novo coronavírus (covid-19) foi declarada, o governo e as instituições de saúde do Distrito Federal organizaram planos de contingência para seu enfrentamento, conforme as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde (MS), buscando garantir o acesso qualificado às vítimas, prevenir sua propagação e manter o cuidado adequado dos usuários com outras condições de saúde. O objetivo do presente estudo foi desenvolver o Modelo Lógico (ML) e a Matriz de Análise e Julgamento (MAJ) para avaliar a implantação do ‘Plano de Contingência para enfrentamento da covid-19 do Hospital Universitário de Brasília’ (PC covid-19 HUB-UnB/Ebserh). Métodos: Trata-se de um estudo observacional, quali-quantitativo, conduzido pela metodologia da avaliação em duas etapas (estudo de avaliabilidade e avaliação normativa), realizado no HUB-UnB/Ebserh de forma retrospectiva e prospectiva no período de março de 2020 a agosto de 2021. Este período compreendeu o primeiro caso do novo coronavírus no Distrito Federal e o encerramento dos contratos temporários para o enfrentamento da pandemia no HUB-UnB/Ebserh. A cada componente, um total de 100 pontos foi distribuído igualmente entre seus respectivos indicadores. Atribuiu-se peso 20% para os componentes considerados estratégicos (‘Assistência’, ‘Força de Trabalho’ e ‘Apoio e Insumos Estratégicos’) e peso 10% para os demais componentes. Os dados foram coletados para o cálculo dos valores atribuídos e a classificação do grau de implantação, global e por componente, do PC covid-19 HUB-UnB/Ebserh. Foi atribuído peso 20% para os componentes essenciais e peso 10% para os demais. Resultados: O ML validado contém sete componentes (‘Gestão’, ‘Assistência’, ‘Força de Trabalho’, ‘Vigilância’, ‘Apoio e Insumos Estratégicos’, ‘Ensino, Pesquisa e Extensão’ e Comunicação), 18 operações e 109 produtos. A partir dos 26 indicadores validados, foi estruturada a MAJ com base em parâmetros fornecidas pelos informantes-chave, contratualizados com a SES-DF ou dados encontrados na literatura. Dentre os sete componentes, cinco obtiveram implantação satisfatória e dois, implantação parcial. O plano alcançou implantação satisfatória (78%). Conclusões: O desenvolvimento de ferramentas avaliativas para serviços de saúde, quando formuladas com a participação dos gestores e colaboradores da instituição, constitui uma estratégia para melhoria da eficiência das ações propostas. Os produtos alcançados podem orientar a execução das ações, definir indicadores, monitorar e avaliar sua implantação, assim como apontar possíveis limitações de planejamento, possibilitando seu aprimoramento. A presença de gestores e colaboradores na construção de ferramentas avaliativas possibilita a participação e o compartilhamento de responsabilidades pelos resultados alcançados e qualifica a tomada de decisão.