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Título: "Eu sou seu glitch" : ativismo intersexo no Brasil [2006-2021]
Autor(es): Faustino, Vidda Guzzo
Orientador(es): Almeida, Débora Cristina Rezende de
Assunto: Ativismo
Interssexualidade
LGBTQIAP+
Direitos humanos - violação
Data de publicação: 15-Jul-2024
Referência: FAUSTINO, Vidda Guzzo. "Eu sou seu glitch": ativismo intersexo no Brasil [2006-2021]. 2023. 222 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) - Universidade de Brasília, Brasília, 2023.
Resumo: Pessoas com variações congênitas das características sexuais sofrem persistentes abusos e violações de seus direitos humanos. Sobre essa matéria, uma crescente rede de ativismo tem se consolidado pelo mundo, objetivando a proteção e promoção de direitos humanos da população intersexo. Este é um estudo do caso de ativismo intersexo no Brasil com o objetivo de analisar a sua conformação por meio da identificação das práticas e ideias, e das noções de corpo mobilizadas, no contexto entre 2006-2021. O estudo contribui para o debate sobre ação política no Brasil, adensando a agenda de pesquisa sobre ativismo LGBTI, de maneira geral, e questões intersexo, mais especificamente. Ademais, colabora para o campo de estudos empíricos filiados (i) aos estudos intersexo e de gênero e (ii) aos estudos de movimentos sociais e ação política desde abordagens pragmatista e do institucionalismo discursivo. A técnica de coleta de dados foi composta pela condução de entrevistas guiadas por questionários semiestruturados e pela análise de documentos. A amostragem de respondentes considerou a centralidade e diversidade dos atores da rede. Dois instrumentos de pesquisa foram desenvolvidos, considerando o público de (i) ativistas e (ii) pessoas com restrições de declaração pública. As entrevistas foram conduzidas entre 13 de maio e 07 de outubro de 2021, perfazendo o número final de dezessete unidades consideradas, dentre as dezoito entrevistas que conduzi. Para a análise desses dados coletados, empreguei técnicas sócio-históricas de análise do conteúdo das entrevistas e dos documentos, onde identifiquei pré-indicadores e núcleos de significação. Os resultados desta pesquisa descreveram uma diversidade de práticas e ideias do ativismo intersexo e analisaram suas mudanças ao longo do tempo. Considerei a Organização Intersexual Internacional em língua portuguesa o marco inicial da mobilização política intersexo no Brasil, em 2006. Até 2009, o blog da Organização foi intermitentemente apropriado e transformado pelo ativismo protagonista de Waléria Torres para transmitir sua história pessoal, comunicar definições - despadronizadas - sobre intersexualidade, canalizar ideias sobre direitos humanos, crise e despatologização, e ponderar os horizontes práticos do ativismo, com foco na divulgação científica e colaboração com pesquisadores. Em 2014, identifiquei um novo ciclo de mobilização do ativismo intersexo cujas interações foram rotinizadas especialmente por meio Facebook a fim de reunir pares, compartilhar informações técnicas e experiências de vida, além da organizar iniciativas coletivas de visibilidade pública. A partir de 2017, a bem-sucedida mobilização reuniu uma rede crescente de grupos e pessoas intersexo e aliados - especialmente pesquisadores, médicos, advogados e familiares, mas também atores conservadores - à medida que o conteúdo de suas ideias tomava contornos biologicistas e matricêntricos, durante os contextos turbulentos até 2019. Em 2020, os impactos desproporcionais da pandemia de COVID-19 desencorajaram a mobilização de ativistas intersexo. Na resposta à crise sanitária, os atores remanescentes trataram de levantar recursos emergenciais para subsidiar iniciativas de solidariedade online, cultivaram os canais de diálogo que mantinham no Judiciário, apostaram em candidaturas coletivas e no advocacy nos Legislativos municipal e estadual, permaneceram nos poucos espaços sócio-estatais de interação com o Executivo e focaram na construção de coalizões LGBTQIAPN+.
Abstract: Individuals born with congenital variations of sex characteristics consistently experience human rights abuses and violations. Globally, there is a growing network of activism dedicated to safeguarding and advocating for the human rights of intersex communities. This research constitutes a case study on the trajectory of intersex activism in Brazil from 2006 to 2021, with the primary goal of scrutinizing its practices and ideologies. The study contributes significantly to the discourse on political action in Brazil, adding depth to the research agenda on LGBTI activism overall and specifically addressing intersex issues. Furthermore, it aligns with empirical studies within the realms of intersex and gender studies, as well as social movements and political action studies, employing pragmatist and discursive institutionalism approaches. The data collection methodology involved conducting interviews guided by semi-structured questionnaires and analyzing relevant documents. The sampling of respondents took into account the centrality and diversity of network actors. Two distinct research instruments were developed for the audience of activists and individuals facing restrictions on public statements. Between May 13th and October 7th, 2021, eighteen interviews were conducted. Socio-historical content analysis was applied to the interviews and documents, revealing pre-indicators and meaning nuclei. The findings of this research illuminate a spectrum of practices and ideas within intersex activism and trace their contingencies over time. The Portuguese-language Organization International Intersex is identified as the initial milestone in intersex political mobilization in Brazil, dating back to 2006. Until 2009, Waléria Torres' posts on the Organization's blog served as a platform for transmitting personal narratives, conveying non-standardized intersex definitions, discussing human rights, crises, depathologization, and emphasizing activism's practical horizons, including the dissemination of evidence-based data and collaboration with researchers. A new mobilization cycle in 2014 utilized Facebook as a central platform for interaction, allowing the sharing of technical information, life experiences, and the coordination of collective initiatives for increased public visibility. By 2017, successful mobilization efforts had brought together a growing network of intersex groups, individuals, and allies, encompassing researchers, doctors, lawyers, family members, and even conservative actors, while the content of their ideas also evolved, adopting biological and matricentric contours amid the turbulent contexts until 2019. In 2020, the disproportionate impacts of the COVID-19 pandemic discouraged the mobilization of intersex activists. In response, remaining actors mobilized emergency funds, supported online solidarity initiatives, maintained dialogue channels within the Judiciary, engaged in collective candidacies and advocacy in local and state legislatures, retained interaction with the Executive in limited socio-state spaces, and focused on LGBTQIAPN+ coalition-building.
Unidade Acadêmica: Instituto de Ciência Política (IPOL)
Informações adicionais: Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciência Política, Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, 2023.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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