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Título: Efetividade de longo prazo do tratamento precoce da artrite reumatoide em cenários de vida real no Brasil
Autor(es): Albuquerque, Cleandro Pires de
Orientador(es): Neto, Leopoldo Luiz dos Santos
Assunto: Artrite reumatoide
Assistência à saúde
Acesso aos serviços de saúde
Data de publicação: 10-Jul-2024
Referência: ALBUQUERQUE, Cleandro Pires de. Efetividade de longo prazo do tratamento precoce da artrite reumatoide em cenários de vida real no Brasil. 2023. 105 f., il. Tese (Doutorado em Ciências Médicas) — Universidade de Brasília, Brasília, 2023.
Resumo: Tratamento precoce e controle estrito da doença são princípios fundamentais no manejo da artrite reumatoide (AR), todavia nem sempre exequíveis na vida real. Objetivos: avaliar retardos diagnósticos e terapêuticos da AR no Brasil; avaliar os efeitos do acesso precoce ao especialista, do tratamento precoce e da estratégia de controle (estrito vs. convencional) da AR, após longa duração de doença, em cenários de vida real. Métodos: adultos preenchendo critérios classificatórios (ACR/EULAR 2010) para AR, acompanhados em 11 hospitais públicos brasileiros, foram recrutados entre agosto/2015 e abril/2016. Avaliaram-se características clínicoepidemiológicas, atividade de doença (DAS28), função física (HAQ), doença erosiva, retardos diagnósticos e terapêuticos, estratégia de controle da AR (estrito vs. convencional) e a especialidade do médico quem primeiro consultou o paciente (ao início dos sintomas) e estabeleceu o diagnóstico. Testes chi-quadrado, t de students, Mann-Whitney, ANOVA, de correlação, de tendência (Mann-Kendall), além de regressão linear múltipla e logística binomial foram conduzidas no SPSS 25 e R 3.6.2. O estudo recebeu aprovação ética; todos os participantes assinaram consentimento esclarecido. Resultados: foram incluídos 1116 participantes; mulheres: 89,4%; brancos: 56,8%; média (DP) de idade: 57,5 (11,5) anos; duração de doença: 174,9 (115,0) meses; atividade de doença (DAS28): 3,62 (1,52); função física (HAQ): mediana [Q1; Q3] = 0,875 [0,250; 1,500]. Houve doença erosiva em 54,9%; fator reumatoide positivo em 78,6%. Observou-se redução nos retardos diagnósticos (tau = -0,677, p < 0,001) e terapêuticos (tau = -0,695, p < 0,001) desde 1990. Todavia, no período 2011-2015, a mediana [Q1; Q3] do retardo terapêutico ainda era de 11 [5; 17] meses. Em 80,7% dos casos, o diagnóstico foi estabelecido pelo reumatologista. A minoria recebeu tratamento precoce: 28,7% em até 6 meses de sintomas (13,1% em até 3 meses). Acesso antecipado ao reumatologista associou-se a maiores chances de tratamento precoce (OR 2,57 [1,54; 4,27]; p<0,001) e, no longo prazo, a menor atividade de doença (diferença em médias [IC95%] no DAS28: -0,25 [-0,46; -0,04]; p = 0,020) e melhor função física (HAQ: -0,20 [-0,31; -0,09]; p < 0,001). Tratamento precoce associou-se (com pequenos tamanhos de efeito) a menor atividade de doença, melhor função física e menos doença erosiva (análises bivariadas), todavia perdendo significância (p ≥ 0,05) após ajustado para idade, escolaridade, uso de corticoide e duração de doença (análises multivariadas). Controle estrito de doença se associou, no longo prazo, a menor uso de corticoide (χ2 = 59,1; p < 0,001) e de biológicos (χ2 =10,2; p = 0,017), menos doença erosiva (χ2 = 32,1; p <0,001), maiores taxas de remissão da AR (χ2 =14,4; p = 0,002) e menores escores DAS28 (F = 3,44; p = 0,018) e HAQ (F = 5,2; p = 0,002). Conclusões: reduziram-se os retardos diagnósticos e terapêuticos da AR no Brasil, nas últimas décadas, porém ainda persistindo retardos substanciais. O diagnóstico da AR foi muito dependente do reumatologista. A maioria dos participantes perdeu a oportunidade de tratamento precoce. Acesso antecipado ao reumatologista se associou a maiores chances de tratamento precoce e a melhores desfechos clínicos no longo prazo. O tratamento precoce, quando ajustado para fatores de confusão, não foi capaz de predizer benefícios clínicos no longo prazo, em condições de vida real; o controle estrito de doença, todavia, associou-se a menor atividade de doença, melhor função física e menor dano radiográfico.
Abstract: Early treatment and tight disease control are fundamentals in the management of rheumatoid arthritis (RA), although not always feasible under real-life conditions. Objectives: To assess the delays in diagnosis and treatment of RA, in Brazil, and the long-term effects of early access to the rheumatologist, early treatment, and disease control strategy (tight vs. standard) regarding RA after long disease duration, in real-life settings. Methods: Adults meeting (ACR/EULAR 2010) criteria for RA, from 11 Brazilian hospitals were recruited between August/2015 and April/2016. Clinical features, disease activity (DAS28), physical function (HAQ), erosive disease, diagnostic and therapeutic delays, mode of disease control (tight vs. standard) and the specialties of the physicians who first consulted the patient (upon symptoms onset) and who established the diagnosis were evaluated. Chi-squared, students’ t, MannWhitney’s U, ANOVA, correlation and Mann-Kendall’s trend tests, as well as multiple regression models (linear and logistic) were conducted in SPSS 25 e R 3.6.2. The study received ethical approval; all participants granted informed consent. Results: 1116 participants were included; women: 89.4%; white race: 56.8%; mean (SD) age: 57.5 (11.5) years; disease duration: 174.9 (115.0) months; disease activity (DAS28): 3.62 (1.52); physical function (HAQ): median [Q1; Q3] = 0.875 [0.250; 1.500]; erosive disease found in 54.9%; positive rheumatoid factor in 78.6%. Downtrends in diagnostic (tau = -0.677, p < 0.001) and therapeutic (tau = -0.695, p < 0.001) delays were observed since from 1990. However, in the years 2011-2015, the median [Q1; Q3] therapeutic delay was still 11 [5; 17] months. In 80.7%, RA diagnosis was established by the rheumatologist. Only a minority received early treatment: 28.7% within 6 months of symptoms (13.1% within 3 months). Early access to the rheumatologist was associated with early treatment (OR 2.57 [1.54; 4.27]; p<0.001) and, in the long term, with lower disease activity (DAS28 difference in means [95%CI]: -0.25 [-0.46; -0.04]; p = 0.020) and better physical function (HAQ: -0.20 [-0.31; -0.09]; p < 0.001). Early treatment was associated with lower disease activity, better physical function and less erosive disease (unadjusted analyses), however losing significance (p ≥ 0.05) after adjustments for age, schooling and disease duration. Tight disease control was associated, in the long term, with less corticosteroid (χ2 = 59.1; p < 0.001) and biologics usage (χ2 =10.2; p = 0.017), less erosive disease (χ2 = 32.1; p <0.001), higher remission rates (χ2 =14.4; p = 0.002) and lower DAS28 (F = 3.44; p = 0.018) and HAQ (F = 5.2; p = 0.002) scores. Conclusions: The delays in diagnosis and treatment of RA decreased in Brazil over the last decades, although substantial delays were still observed. The diagnosis of RA was highly dependent on the rheumatologist. Most participants missed the opportunity of early treatment. Early access to the rheumatologist was associated with higher chances of early treatment initially, and better clinical outcomes in the long run. Early treatment when adjusted for confounders could not predict better long-term outcomes under real-life conditions; tight disease control, nevertheless, was associated with lower disease activity, better physical function and less radiographic damage.
Unidade Acadêmica: Faculdade de Medicina (FMD)
Informações adicionais: Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Medicina, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, 2023.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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