Modelagem do crescimento do cerne como ferramenta estratégica no planejamento da produção em plantios clonais de Tectona grandis Linn F.

Abstract

O estudo foi desenvolvido a partir de uma rede de parcelas permanentes monitoradas durante 10 anos em florestas clonais de teca (Tectona grandis Linn. F.), localizadas na Amazônia Oriental brasileira. Objetivamos modelar o crescimento e a produção das florestas de teca, em nível de árvore individual, utilizando a abordagem da diferença algébrica (ADA), abordagem da diferença algébrica generalizada (GADA) e inclusão de covariável. Para alcançar tal objetivo, o estudo foi dividido em três capítulos. No primeiro capítulo, determinamos o crescimento em altura dominante usando ADA e GADA, como uma indicação da capacidade produtiva e sua concordância com a produção volumétrica. Os modelos de base de Lundqvist-Korf, revelaram-se precisos e realistas na estimativa da altura dominante em ambas as abordagens. As abordagens que utilizam equações dinâmicas e geram curvas polimórficas representam efetivamente os sítios e indicam a produção volumétrica das plantações, com 98,3% de taxa de concordância. No segundo capítulo, propusemos um modelo não linear de efeito misto para descrever a evolução do perfil do fuste e do cerne. O modelo Demaerschalk forneceu as estimativas mais precisas e compatíveis para todos os três tipos de diâmetro do caule. Além disso, a idade como efeito aleatório melhorou significativamente a precisão do modelo em 7,2%. A proporção de cerne aumentou com a idade, enquanto casca e alburno diminuíram. A taxa de crescimento do cerne diferiu do volume total, destacando a importância de modelar seu crescimento no planejamento estratégico em plantios de teca. No terceiro capítulo, desenvolvemos um sistema de modelagem em nível de árvore individual, capaz de projetar idades técnicas de intervenção e de quantificar a produção do cerne ao longo da rotação. O modelo base de Lundqvist-Korf - ADA foi o mais preciso na estimativa dos diâmetros e alturas futuras das árvores. Utilizar o número de árvores como covariável para representar o processo de desbaste resultou em um efeito significativo e positivo nas projeções. O sistema de modelagem indicou rotações técnicas entre 17,1 a 21,3 anos com base na capacidade produtiva, considerando o volume total. Uma evolução na proporção do diâmetro e volume do cerne foi observada, alcançando 78% do diâmetro e 53% do volume de cerne nas idades de rotação. O sistema de modelagem proposto, demonstrouse eficiente e preciso nas predições dos diferentes atributos do povoamento, tornando-se ferramenta importante nas tomadas de decisões para empresas que trabalham com tecas clonais.