Habilidades digitais de pessoas idosas para o Governo Digital : em busca da inclusão

Abstract

A Tese consiste em uma coletânea de artigos que abordam uma questão premente no cenário brasileiro: a desigualdade digital, com foco nas pessoas idosas e, como desenvolver as habilidades digitais desse grupo, pode colaborar para uma participação cidadã dessas pessoas. Nesse sentido, o objetivo geral do trabalho é propor ações de melhoria com a finalidade de tornar o processo de digitalização do governo mais inclusivo para esse grupo. Com o advento da era da informação e do envelhecimento, a relação dessa parcela da população com as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) se torna cada vez mais crucial. O desafio está em incluir essas gerações mais experientes na revolução tecnológica, especialmente no contexto do Governo Digital, onde serviços públicos e informações estão cada vez mais digitalizados. Desse modo, o trabalho se propõe a desenvolver e aplicar um modelo teórico na metodologia de equações estruturais para explicar e explorar as Habilidades digitais propostas neste estudo, a saber: Computer Literacy, Digital Literacy e Digital Competence no contexto da aprendizagem Digital ao Longo da Vida. Em última análise, a busca por um modelo de aceitação/uso do e-governo por pessoas idosas enfatiza a importância das habilidades digitais no contexto da sociedade cada vez mais informatizada. A Digital Competence emerge como o fator mais influente na adoção/uso do e-governo, com a Digital Literacy desempenhando um papel de mediação crucial. O trabalho também aborda a heterogeneidade da população idosa e usa a Teoria das Gerações para ajudar a explicar o contato desses indivíduos com a tecnologia e a influência do fator geracional nesse grupo. Os resultados das habilidades digitais e uso da internet por gerações deixa visível a exclusão de determinados grupos, sobretudo homens e mulheres pretas. Como fatores que impedem que as pessoas idosas desenvolvam suas habilidades digitais observou-se desde problemas estruturais como a Digital Divide, a falta de escolaridade e a renda precária, até fatores centrados no indivíduo como a sua geração de nascimento e suas limitações físicas e cognitivas, sobretudo na “Geração Silenciosa” das pessoas idosas com 80 anos e mais. Nesse contexto desafiador as universidades, o governo, a sociedade e as organizações do terceiro setor desempenham um papel fundamental na promoção dessas habilidades digitais ao longo da vida. A criação de Observatórios de Pesquisa, como o exemplo do "Observatório da Longevidade Digital", fruto das implicações práticas desta tese, emerge com uma abordagem empírica para ajudar a tratar o fenômeno. Isso não apenas facilita a organização e difusão de informações relevantes sobre esse cenário, mas também capacita e sensibiliza a sociedade para a inclusão da população idosa, na era digital. Assim, conclui-se que promover ativamente essas habilidades digitais, sobretudo a Digital Competence entre as pessoas idosas, é fundamental para reduzir essa desigualdade digital e permitir a participação efetiva desse grupo no Governo Digital, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva, cidadã e tecnologicamente capacitada.