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Título: A invenção do Brasil : o império e o interamericanismo (do Congresso do Panamá à Conferência de Washington)
Autor(es): Santos, Luís Cláudio Villafane Gomes
Orientador(es): Menezes, Albene Miriam Ferreira
Assunto: Política externa - Brasil
Brasil - história - Império, 1822-1889
Nacioanalismo
Data de publicação: 7-Mar-2024
Referência: SANTOS, Luís Cláudio Villafane Gomes. A invenção do Brasil: o império e o interamericanismo (do Congresso do Panamá à Conferência de Washington). 2002. 354 f., il. Tese (Doutorado em História) — Universidade de Brasília, Brasília, 2002.
Resumo: O presente trabalho aborda a política do Império brasileiro frente aos sucessivos encontros interamericanos realizados no século XIX. No decorrer daquele século, como resultado de iniciativas que obedeciam a causas imediatas sempre distintas, foram realiza dos vários congressos interamericanos: no Panamá (1826), em Lima (1847/1848), em Santiago (1856), em Washington (1856), pela segunda vez em Lima (1864/1865) e novamente em Washington (1889/1890). O Brasil participou apenas do último desses encon tros, a Primeira Conferência Internacional Americana, convocada pelos Estados Unidos sob a bandeira do pan-americanismo. O estudo da documentação da Chancelaria brasileira e das fontes secundárias relevantes revela uma política consistente no sentido da desconfiança e rejeição dessas iniciativas por parte do Império, coerência que contrasta com as grandes variações sofridas nas políticas e atitudes do Império frente a outros temas importantes de sua agenda internacional: comércio, limites, navegação dos rios internacionais e tráfico de escrayos. Em todos estes ca sos, alcançou-se uma posição consistente na segunda metade do século. Todavia, a política em relação aos congressos interame ricanos manteve-se praticamente inalterada desde 1826 por ocasião da primeira dessas iniciativas: resistência e desconfiança de que os objetivos daqueles conclaves pudessem incluir uma frentecomum dos países hispânicos contra os interesses brasileiros, con trabalançadas pelo receio de ver-se excluído caso essas iniciativas alcançassem maior sucesso.A explicação oferecida para a excepcional firmeza e consistência da política americanista do Império está na natureza da legitimação do Estado brasileiro em contraste com seus vizinhos americanos. A adoção da monarquia condicionou marcantemente a política externa do Estado brasileiro no sentido de temer e repudiar as iniciativas interamericanas. O nacionalismo passou à condição de princípio legitimador do Estado apenas no decorrer do século XIX, dando origem à fórmula desde então hegemônica do Estado-Nação. Ao tentar manter a legitimidade dinástico-religiosa como princípio legitimador de seu Estado, o Brasil diferenciou-se decisivamente de seus vizinhos americanos, que passaram a representar para o Império o “outro” irreconciliável. A construção da identidade das repúblicas americanas fez-se em grande parte a partir da idéia de ruptura com o Antigo Regime e, metaforicamente, com a Europa. Essa noção de ruptura entre o Novo e o Velho Mundo, entre América e Europa, impregnava as iniciativas interamericanas, tornando muito difícil ao Império associar-se a elas sem pôr em risco as bases de sua própria legitimidade.
Abstract: The present work studies the policy of the Brazilian Empire with respect to the various inter-American meetings of the nineteenth century. Several of these meetings were conducted during th at century, resulting from many distinct immediate causes: at Panam a (1826), Lima (1847/1848), Santiago (1856), Washington (1856), again in Lima (1864/1865) and again in Washington (1889/1890). Brazil was represented only in this last one — the First International Conference of American States, hosted by the United States under the principle of pan-americanism. The study both of Brazilian diplomatic files and of relevant secondary sources reveals a constant policy of distrust and rejection of inter-American initiatives, contrasting strongly with radical changes in other policies of the Brazilian Empire in its foreign relations: trade, boundaries, navigation on international rivers and the slave traffic. Nevertheless, even the policy in these issues stabilized in the latter half of the nineteenth century. The constant resistance to inter-American initiatives, on the other hand, originated in a constant fear of a united front by the Spanish speaking American countries against Brazil, even while subsistedan undercurrent of fear of an isolated position if those initiatives were successful. The main argument offered in this work for the consistent American policy of the Brazilian Empire rests on the nature of the legitimacy of the Brazilian state, as a monarchy, in contrast to the republics of its neighbors. The monarchical option determined the policy of rejection of inter-American initiatives. Nationalism became a principle for the legitimacy of a state only during the nineteenth century, when the national state became prevalent. In trying to keep the monarchy (both as a dinasty and as a religion) as its legitimacy basis, Brazil remained apart of its neighbors and saw in them an irreconcilable “other”. The identity of the republics of the Americas was built in large part on the concept of a break with the “Ancien Régime” and, metaphorically, with Europe. This notion of a break between the New and the Old Worlds, between the Americas and Europe, was implicit in the inter-American initiatives, making it extremely difficult for the Brazilian monarchy to associate itself with them without putting at risk the foundations of its own legitimacy.
Unidade Acadêmica: Instituto de Ciências Humanas (ICH)
Departamento de História (ICH HIS)
Informações adicionais: Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de História, Programa de Pós-Graduação em História, 2023.
Informações de Acesso e Conteúdo: Digitalizado pelo Projeto de Digitalização da UnB
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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