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Título: Relação da função pulmonar com a função cardiovascular em repouso e no exercício e seu papel como fator de risco e de prognóstico da insuficiência cardíaca
Autor(es): Ramalho, Sergio Henrique Rodolpho
E-mail do autor: shrramalho@gmail.com
Orientador(es): Cipriano Júnior, Gérson
Coorientador(es): Cipriano, Graziella França Bernardelli
Assunto: Insuficiência respiratória
Músculos respiratórios
Função ventricular
Tolerância ao exercício
Avaliação de riscos
Data de publicação: 2-Mar-2024
Referência: RAMALHO, Sergio Henrique Rodolpho. Relação da função pulmonar com a função cardiovascular em repouso e no exercício e seu papel como fator de risco e de prognóstico da insuficiência cardíaca. 2021. 173 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências e Tecnologias em Saúde) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Resumo: Introdução: A disfunção pulmonar, mesmo subclínica, associa-se a adaptações morfofuncionais cardíacas em adultos. Entretanto, é controverso se estas alterações se estendem aos idosos, independentemente daquelas esperadas pelo próprio envelhecimento. Também não está estabelecido se indivíduos com padrões espirométricos específicos tem maior predisposição para desenvolver insuficiência cardíaca (IC) com fração de ejeção reduzida (ICFER) ou preservada (ICFEP). Já naqueles com IC estabelecida, há dados conflitantes sobre qual a magnitude da limitação de cada padrão espirométrico sobre as respostas ao exercício, impactando o prognóstico. A hipótese é que há associações diferenciais para cada padrão espirométrico, com função, estrutura e prognostico cardiovasculares. Objetivos: Investigamos a magnitude da associação da porcentagem da capacidade vital forçada prevista (ppCVF) e a razão do volume expirado forçado em 1 segundo (VEF1)/CVF (VEF1/CVF) com: 1) função cardíaca e incidência de IC global, ICFEP ou ICFER em idosos sem IC (ESTUDO1); e 2) variáveis funcionais e risco para o desfecho composto (morte cardiovascular, transplante cardíaco ou implante de dispositivo de assistência ventricular esquerda) em indivíduos com IC (ESTUDO2). Métodos: A associação transversal de VEF1/CVF e ppCVF com medidas ecocardiográficas e funcionais foi avaliada por regressão linear uni e multivariada em ambos estudos. A associação longitudinal com a incidência dos respectivos desfechos foi avaliada usando modelos de regressão de Cox uni e multivariados [mostrados como hazard ratio (HR) por 10 unidades de redução; IC95%]. Resultados: Estudo1 - com 75±5anos e 40%homens, a menor VEF1/CVF, foi associada a maior pressão arterial pulmonar (PSAP) (p = 0,004) e à incidência de IC (HR 1,21; 1,01-1,47). A menor ppCVF foi associada a maiores massa do VE, pressão de enchimento do VE e PSAP (todos p <0,01) e ainda à ICFEP (HR 1,20; 1,03-1,39). Estudo2: com 57±12anos, 60%homens e 63%NYHA III, ambos VEF1/CVF e ppCVF reduzidos foram associados à menor reserva ventilatória (p<0.001), no entanto, apenas o ppCVF foi associado à PImax (p=0.03), fração de ejeção (p=0.01) e VO2pico (p=0.03). As reduções lineares na VEF1/CVF ou na ppCVF não foram significativamente associadas ao desfecho combinado. No subgrupo com FEVE ≤45%, VEF1/CVF (HR 1,52; 1,01-2,30), mas não ppCVF (1,11; 0,88-1,40), foi associada a maior risco. Conclusões: Em relação às alterações morfofuncionais cardiovasculares, enquanto que ambas VEF1/CVF e ppCVF reduzidas estão associadas à maior PSAP e menor reserva ventilatória, somente a ppCVF correlaciona-se com disfunção diastólica e sistólica, menores PImax e VO2 pico. A incidência de IC também foi diferente, pois apesar do padrão obstrutivo aumentar a chance de desenvolver IC, a incidência de ICFEP foi maior entre idosos com padrão restritivo. Já dentre indivíduos com IC avançada, a associação da espirometria com prognóstico, parece ter mais valor entre pacientes com ICFER.
Abstract: Introduction: Even subclinical pulmonary dysfunction is expected to be associated with adaptations of cardiac function and structure. However, whether such changes extend to late-life is controversial, given alterations expected by aging itself. Additionally, whether restrictive or obstructive spirometric patterns have a preferential risk association for a given heart failure (HF) phenotype is not established. In patients with advanced HF, data conflict whether these patterns differ regarding exercise responses and, therefore, in prognosis. The hypothesis is that different associations exist for each spirometric pattern with cardiovascular function, structure and prognosis. Objectives: In 2 studies, we investigated the magnitude of association between the percent predicted forced vital capacity (ppFVC) and the forced expired volume in 1sec (FEV1)/FVC ratio (FEV1/FVC) with: 1) cardiac function and incidence of HF with preserved (HFpEF) or reduced ejection fraction (HFrEF) in late-life (STUDY1); 2) maximum inspiratory pressure (MIP), LVEF and aerobic capacity (STUDY2); and 3) prognosis for the composite outcome (cardiovascular death, heart transplantation or left ventricular assist device implant) (STUDY2). Methods: The cross-sectional association of FEV1/FVC and ppFVC with echocardiographic and functional measurements was assessed by uni and multivariate linear regression in both studies. The longitudinal association with the incidental respective outcomes was assessed using uni and multivariate Cox regression models (shown as HR/10-units reduction; 95%CI). Results: Study 1: 75±5years, 40% men; the lowest FEV1/FVC in adjusted models, was associated with higher pulmonary arterial pressure (PSAP) (p=0.004) and incident HF (HR 1.21; 1,01-1.47). The lower ppCVF was associated with higher LV mass, LV filling pressure and PSAP in late-life (all p<0.01) and also with HFpEF (HR 1.20; 1.03-1.39). Study 2: 57±12 years, 60%men, 63%NYHA III, both reduced FEV1/FVC and ppCVF were associated with lower ventilatory reserve (p<0.001), however, only ppCVF was associated with MIP (p=0.03 ), LVEF (p=0.01) and VO2peak (p=0.03). The linear reduction in FEV1/FVC (HR 1.44; 0.97-2.13) or ppCVF (HR 1.13; 0.89-1.43) was not significantly associated with the combined endpoint. In the LVEF ≤45% subgroup, FEV1/FVC (HR 1.52; 1.01-2.30), but not ppCVF (1.11; 0.88-1.40), was associated with a higher risk. Conclusions: FEV1/FVC and ppCVF reductions are differentially associated with alterations in cardiac structure and function at both, rest and during exercise. Obstructive patterns are associated with HF, without differentiating the phenotype, and restrictive patterns increase the risk of HFpEF, the commonest HF phenotype in the elderly. Spirometry impact on major outcomes, including cardiovascular mortality, appears to add value among advanced HFrEF patients.
Unidade Acadêmica: Faculdade UnB Ceilândia (FCE)
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias em Saúde
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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