Campo DC | Valor | Idioma |
dc.contributor.advisor | Moreira, Elaine | pt_BR |
dc.contributor.author | Castilho, Mariana Wiecko Volkmer de | pt_BR |
dc.date.accessioned | 2024-02-01T21:20:54Z | - |
dc.date.available | 2024-02-01T21:20:54Z | - |
dc.date.issued | 2024-02-01 | - |
dc.date.submitted | 2023-03-30 | - |
dc.identifier.citation | CASTILHO, Mariana Wiecko Volkmer de. Guardiãs das sementes: segurança e soberania alimentar na vida das Mbya Guarani no Brasil e na Argentina. 2023. 466 f., il. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) — Universidade de Brasília, Brasília, 2023. | pt_BR |
dc.identifier.uri | http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/47664 | - |
dc.description | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Estudos Latino-Americanos, Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados Sobre as Américas, 2023. | pt_BR |
dc.description.abstract | O tema da tese é o direito humano à alimentação (DHA) dos povos indígenas. Considerando o
desencontro de percepções e de compreensões sobre o tema, entre agentes estatais e povos
indígenas, bem como o protagonismo que as mulheres indígenas passaram a ter na discussão
das políticas públicas de segurança alimentar e nutricional, duas perguntas nortearam a
pesquisa: o que as mulheres indígenas entendem por segurança alimentar e nutricional (SAN)
e por soberania alimentar (SobA)? Em que a compreensão delas se aproxima ou se distancia
dos conceitos estabelecidos pelos Estados Nacionais e pelas Nações Unidas? Sem pretender
dar conta da categoria genérica “mulheres indígenas”, decidi analisar as mulheres do povo
Mbya Guarani, que habita um território dividido entre Brasil, Argentina, Paraguai e Bolívia,
limitando o estudo àquelas que se encontram em solo brasileiro ou argentino. A hipótese, que
foi comprovada, é de que o direito à alimentação, a SAN e a SobA não são os conceitos
centrais para elas, mas sim o reconhecimento pelo Estado de extensões de terras que garantam
a reprodução física e cultural do seu povo, de acordo com o modo de ser, fazer e viver
Guarani. Ou seja, o direito coletivo a um território. O objetivo central da tese foi demonstrar
como xs Mbya Guarani, no Brasil e na Argentina, entendem, vivenciam e buscam concretizar
a SAN e a SobA conforme o modo de ser, de saber, de fazer e de viver Guarani. A pesquisa
apoiou-se em autorxs de diferentes áreas do conhecimento que se filiam ao paradigma
questionador da colonialidade do poder. Utilizou-se – na medida do possível, tendo em vista a
pandemia de Covid-19 – a metodologia colaborativa, que valoriza outros conhecimentos e
outras formas de circulá-los, bem como o método de comparação. A tese foi tecida com base
em diferentes vozes, corporalidades e narrativas, a fim de construir a História mais
compreensiva possível das especificidades do povo Mbya Guarani, que não aceita as
fronteiras erigidas arbitrariamente por Estados Nacionais. Afora a introdução e a conclusão,
ela se estrutura em cinco capítulos. O primeiro deles discorre sobre os conceitos do Direito
Humano à Alimentação e Nutrição Adequadas (DHANA), da SAN e da SobA, apontando as
divergências de perspectiva institucional e indígena no modo de compreendê-los e operá-los.
O segundo traz a cosmovisão Mbya sobre o território (Yvyrupa), a aldeia (tekoa), as sementes
e os alimentos. Já o terceiro analisa a relação entre xs Mbya e os Estados brasileiro e
argentino, caracterizada pela ausência de diálogo horizontal e pela distante concretização da
autonomia/soberania alimentar. O quarto capítulo – construído por corpos e vozes femininas,
de acadêmicas e de indígenas – revela o papel preponderante das Mbya Guarani tanto nos
espaços domésticos e públicos da aldeia quanto fora da tekoa. O quinto, denominado Resistir
para existir, apresenta as iniciativas autônomas das mulheres Mbya, em parceria com homens
da aldeia e atorxs externos, enfatizando que, no movimento de caminhar, trocar sementes,
saberes e sabores, xs Mbya vão construindo outros mundos para poderem continuar existindo
como povo. Por fim, a conclusão repassa e ressalta as semelhanças e diferenças existentes
entre a Argentina e o Brasil no que concerne à institucionalização da SAN; a relação do
Estado com os Povos Indígenas/Originários; e a mobilização e as práticas de re-existência dxs
Mbya como povo. | pt_BR |
dc.language.iso | Português | pt_BR |
dc.rights | Acesso Aberto | pt_BR |
dc.title | Guardiãs das sementes : segurança e soberania alimentar na vida das Mbya Guarani no Brasil e na Argentina | pt_BR |
dc.type | Tese | pt_BR |
dc.subject.keyword | Povos indígenas | pt_BR |
dc.subject.keyword | Direito à alimentação | pt_BR |
dc.subject.keyword | Políticas públicas - alimentação | pt_BR |
dc.subject.keyword | Segurança alimentar e nutricional | pt_BR |
dc.subject.keyword | Povos indígenas - Argentina | pt_BR |
dc.subject.keyword | Povos indígenas - Brasil | pt_BR |
dc.subject.keyword | Protagonismo feminino | pt_BR |
dc.rights.license | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. | pt_BR |
dc.description.abstract1 | The theme of the thesis is the Human Right to Food (HRtF) of indigenous peoples.
Considering the mismatch of perceptions and understandings on the subject between state
agents and indigenous peoples, as well as the protagonism that indigenous women have
become in the discussion of public policies on food security and nutrition, two questions
guided the research: What do indigenous women understand by Food Security and Nutrition
(FNS) and Food Sovereignty (FSA)? How is their understanding close to or distant from the
concepts established by National States and the United Nations? Far from claiming to cover
the generic category “indigenous women”, I decided to analyze the women of the Mbya
Guarani people, who inhabit a territory divided between Brazil, Argentina, Paraguay and
Bolivia, limiting the study to those who live on Brazilian or Argentine soil. The hypothesis,
which was proven, is that the central concepts are not the HRtF, FSN or FSA, but the
recognition by the state of extensions of land that guarantee physical and cultural
reproduction according to the Guarani way of being, doing and living. In other words, the
collective right to a territory. The central objective was to demonstrate how the Mbya
Guarani, in Brazil and Argentina, understand, experience and seek to realize the FSN and the
FSA according to the Guarani way of being, knowing, doing and living. The research was
based on authors from different areas of knowledge that are affiliated with the questioning
paradigm of the coloniality of power; the collaborative methodology was used – as much as
possible, in view of the Covid-19 pandemic –, which values other knowledge and other ways
of circulating it, as well as the comparison method. The thesis is woven from different voices,
bodies, and narratives in order to construct a history that is as comprehensive as possible of
the specificities of the Mbya Guarani people, who do not accept the borders arbitrarily erected
by National States. The thesis is structured in five chapters, besides the introduction and
conclusion. The first chapter shows the divergences between National States, the United
Nations, and their agencies with indigenous peoples – especially the Mbya Guarani people –
in the way of understanding and operating the Human Right to Adequate Food and Nutrition
(HRtAFN) and FNS. The second one presents the Mbya cosmovision about territory
(Yvyrupa), the village (tekoa), seeds, and food. The third chapter analyzes the relationship
between the Mbya and the Brazilian and Argentinean states, characterized by a non-existent
horizontal dialogue and the distant realization of food autonomy/sovereignty. The forth onde
is constructed by feminines bodies and voices, academic and/or indigenous, revealing the
preponderant role of the Mbya Guarani women in domestic and public spaces within the
village, but also outside the village/tekoa. The fifth chapter, called Resisting to Exist, presents
the autonomous initiatives, by Mbya women, with the partnership of men and other actors,
from outside the villages/tekoa. In the movement of walking; exchanging seeds, knowledge,
and flavors, the Mbya go on building other worlds in order to continue existing as a people.
Finally, the conclusion reviews and highlights the similarities and differences in Argentina
and Brazil with respect to the institutionalization of FNS; the relationship of the State with the
Indigenous/Original Peoples; as well as the mobilization and practices of re-existence of the
Mbya as a people. | en |
dc.description.abstract2 | El tema de la tesis es el derecho humano a la alimentación (DHAA) de los pueblos indígenas.
Considerando el desajuste de percepciones y entendimientos sobre el tema entre los agentes
estatales y los pueblos indígenas, así como el papel protagónico que las mujeres indígenas han
llegado a desempeñar en la discusión de políticas públicas sobre seguridad alimentaria y
nutrición, dos preguntas guiaron la investigación: ¿Qué entienden las mujeres indígenas por
seguridad alimentaria y nutrición (SAN) y soberanía alimentaria (SAA)? ¿En qué medida su
concepción se acerca o se aleja de los conceptos establecidos por los Estados nacionales y las
Naciones Unidas? Sin pretender abarcar la categoría genérica “mujeres indígenas”, decidí
analizar a las mujeres del pueblo Mbya Guaraní, que habitan un territorio dividido entre Brasil,
Argentina, Paraguay y Bolivia, limitando el estudio a aquellas que viven en tierras brasileñas o
argentinas. La hipótesis, que fue comprobada, es que los conceptos centrales no son el DHAA,
SAN o SAA, sino el reconocimiento por parte del Estado de extensiones de tierra que
garanticen la reproducción física y cultural de acuerdo con la forma de ser, hacer y vivir de los
guaraníes. En otras palabras, el derecho colectivo a un territorio. El objetivo central era
demostrar cómo lxs Mbya Guaraní de Brasil y Argentina entienden, experimentan y buscan
alcanzar SAN y SAA de acuerdo con la forma guaraní de ser, conocer, hacer y vivir. La
investigación contó con el apoyo de autores de diferentes áreas del conocimiento afines al
paradigma cuestionador de la colonialidad del poder; se utilizó la metodología colaborativa – en
la medida de lo posible, ante la pandemia de Covid-19 –, que valora otros saberes y otras
formas de hacerlos circular, así como el método de la comparación. La tesis se teje a partir de
diferentes voces, corporalidades y narrativas para construir una Historia lo más comprensiva
posible de las especificidades del pueblo Mbya Guaraní, que no acepta las fronteras erigidas
arbitrariamente por los Estados Nacionales. Además de la introducción y las conclusiones, la
tesis se estructura en cinco capítulos. El primero de ellos muestra las divergencias entre los
Estados nacionales, las Naciones Unidas y sus agencias y los pueblos indígenas – especialmente
el pueblo Mbya Guaraní – en la forma de entender y aplicar el Derecho Humano a una
Alimentación y Nutrición Adecuadas (DHANA) y la SAN. El segundo capítulo presenta la
cosmovisión Mbya sobre el territorio (Yvyrupa), la aldea (tekoa), las semillas y los alimentos.
El tercero analiza la relación entre lxs Mbya y los Estados brasileño y argentino, caracterizada
por la falta de diálogo horizontal y la lejana realización de la autonomía/soberanía alimentaria.
El cuarto capítulo está construido por cuerpos y voces femeninas, académicas y/o indígenas,
revelando el papel predominante de las mujeres Mbya Guaraní en los espacios domésticos y
públicos de la aldea, pero también fuera de la aldea/tekoa. El quinto, denominado Resistir para
existir, presenta las iniciativas autónomas de las mujeres Mbya, en colaboración con hombres y
otros actores de fuera de los pueblos/tekoa. En el movimiento del caminar; intercambiando
semillas, conocimientos y sabores, lxs Mbya van construyendo otros mundos para seguir
existiendo como pueblo. La conclusión, por último, revisa y destaca las similitudes y
diferencias en Argentina y Brasil con respecto a la institucionalización de la SAN; la relación
entre el Estado y los Pueblos Indígenas/Originarios; y la movilización y prácticas de
reexistencia de lxs Mbya como pueblo. | es |
dc.description.abstract3 | Le thème de la thèse est le droit humain à l’alimentation (DHA) des peuples autochtones.
Compte tenu de l’inadéquation des perceptions et des compréhensions sur le sujet entre les
agents de l’État et les peuples autochtones, ainsi que du rôle prépondérant que les femmes
autochtones en sont venues à jouer dans le débat sur les politiques publiques en matière de
sécurité alimentaire et de nutrition, deux questions ont guidé la recherche : Qu’est-ce que les
femmes autochtones entendent par sécurité alimentaire et nutritionnelle (SAN) et souveraineté
alimentaire (SSA)? En quoi leur conception se rapproche-t-elle ou diffère-t-elle des concepts
établis par les États nationaux et les Nations Unies? Sans vouloir traiter de la catégorie
générique “femmes indigènes”, j’ai décidé d'analyser les femmes du peuple Mbya Guarani,
qui habitent un territoire partagé entre le Brésil, l’Argentine, le Paraguay et la Bolivie, en
limitant l’étude à celles qui se trouvent sur les terres brésiliennes ou argentines. L’hypothèse,
qui a été prouvée, est que les concepts centraux ne sont pas le DHA, au SAN ou à la SSA,
mais la reconnaissance par l’État d'extensions de terres qui garantissent la reproduction
physique et culturelle selon la manière d’être, de faire et de vivre des Guaranis. En d’autres
termes, le droit collectif à un territoire. L’objectif central était de montrer comment les xs
Mbya Guarani, au Brésil et en Argentine, comprennent, expérimentent et cherchent à
concrétiser SAN et SSA selon la manière guarani d'être, de connaître, de faire et de vivre. La
recherche s'est appuyée sur des auteurs issus de différents domaines de connaissance et
affiliés au paradigme de questionnement de la colonialité du pouvoir; la méthodologie
collaborative a été utilisée – dans la mesure du possible, compte tenu de la pandémie de
Covid-19 –, qui valorise d'autres savoirs et d’autres manières de les faire circuler, ainsi que la
méthode de comparaison. La thèse est tissée de différentes voix, corporalités et récits afin de
construire une Histoire aussi complète que possible des spécificités du peuple Mbya Guarani,
qui n’accepte pas les frontières érigées arbitrairement par les États nationaux. Elle est
structuré en cinq chapitres. Le premier montre les divergences entre les États nationaux, les
Nations Unies et leurs agences avec les peuples autochtones – en particulier le peuple Mbya
Guarani – dans la manière de comprendre et de mettre en œuvre le droit humain à une
alimentation et une nutrition adéquates (DHANA) et la SAN. Le second présente la vision du
monde des Mbya concernant le territoire (Yvyrupa), le village (tekoa), les graines et la
nourriture. Le troisième analyse la relation entre le Mbya et les États brésilien et argentin, qui
se caractérise par un manque de dialogue horizontal et la réalisation lointaine de
l’autonomie/souveraineté alimentaire. Le quatrième est construit par des corps et des voix
féminins, universitaires et/ou indigènes, révélant le rôle prépondérant des femmes Mbya
Guarani dans les espaces domestiques et publics au sein du village, mais aussi en dehors du
village/tekoa. Le cinquième, intitulé Résister pour exister, présente les initiatives autonomes
des femmes Mbya, en partenariat avec des hommes et d'autres acteurs extérieurs aux
villages/tekoa. Dans le mouvement de la marche, en échangeant des graines, des
connaissances et des saveurs, les Mbya construisent d’autres mondes afin de continuer à
exister en tant que peuple. Enfin, la conclusion examine et met en évidence les similitudes et
les différences entre l’Argentine et le Brésil en ce qui concerne l'institutionnalisation du SAN,
la relation entre l’État et les peuples indigènes/originaires, ainsi que la mobilisation et les
pratiques de ré-existence des Mbya en tant que peuple. | fr |
dc.description.unidade | Instituto de Ciências Sociais (ICS) | pt_BR |
dc.description.unidade | Departamento de Estudos Latino-americanos (ICS ELA) | pt_BR |
dc.description.ppg | Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - Estudos Comparados sobre as Américas | pt_BR |
Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado
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