Excursionismo e conservação da natureza : do amor às árvores à ecologia (1920 - 1970)

Abstract

As associações excursionistas que emergiram na antiga capital do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro, podem ser consideradas os espaços nos quais a prática do montanhismo organizado se desenvolveu e se institucionalizou no Brasil, mesmo que as atividades desses grupos não fossem exclusivamente de montanhismo. Esses grupos, formados majoritariamente por uma classe média urbana, cuja prática está diretamente relacionada com ambientes de natureza exuberante, advogaram em diferentes momentos pela proteção e conservação da natureza. Neste trabalho, busca-se apresentar como, em grupo e individualmente, os excursionistas se articularam em favor da natureza entre as décadas de 1940 e 1960. O primeiro capítulo busca compreender a fundação das associações excursionistas como parte de um processo histórico mais amplo, relacionado ao esporte amador e aos nacionalismos. No mesmo capítulo, são explorados a aproximação e o envolvimento das associações excursionistas com órgãos do poder público, como o Conselho Florestal Federal e o Serviço Florestal Federal. Os capítulos seguintes abordam a aproximação e o adensamento das relações entre excursionistas e conservacionistas, assim como a progressiva assimilação da conservação da natureza nos documentos institucionais do excursionismo. A pesquisa examina os registros nos boletins das associações excursionistas e jornais de grande circulação. Ao longo da pesquisa, foram encontradas numerosas evidências de que os excursionistas estavam cientes das ideias sobre conservação da natureza. Além disso, havia diálogo e incorporação ativa dessas ideias em seus processos educacionais.