Influência da luz na mobilização de reservas durante o crescimento inicial da soja (Glycine max (L.) Merr)

Abstract

O sucesso dos processos iniciais do desenvolvimento vegetal é influenciado por fatores ambientais e pelas reservas que garantem a manutenção da plântula. As principais reservas encontradas nas sementes são carboidratos, proteínas e lipídeos, que serão mobilizadas durante o desenvolvimento inicial até a plântula se tornar fotoautotrófica. A luz pode agir tanto como sinal na fotomorfogênese, assim como influencia também como fonte de energia para a fotossíntese na plântula. O objetivo desse estudo foi investigar como diferentes tratamentos de luminosidade influenciam na mobilização de reservas proteicas e no metabolismo de aminoácidos durante o crescimento inicial de soja. Sabendo da importância da soja no cenário econômico, assim como por ser uma espécie interessante para compreender processos iniciais por apresentar cotilédones com grandes reservas proteicas, torna-se relevante avaliar como as reservas das sementes são utilizadas para fornecer energia e precursores para biossíntese durante esse período inicial. As sementes de soja foram germinadas em sala de crescimento sob luminosidade de 500 μmol m-2s-1 durante sete dias, após esse período, as plântulas foram submetidas a três tratamentos: Luz Normal, Luz Baixa e Escuro, onde permaneceram por três dias. Foram realizadas análises bioquímicas, incluindo quantificação de aminoácidos livres totais por ninidrina, quantificação de carbono e nitrogênio total, e quantificação de aminoácidos por CLAE. As proporções de aminoácidos foram menores no tratamento de Luz Normal, enquanto as plântulas no Escuro apresentaram maiores quantidades de aminoácidos livres, sugerindo haver início da proteólise relacionada a falta de carbono quando as plântulas estão submetidas ao escuro. Ao observar a proporção de Nitrogênio Total nas plântulas foi possível perceber que os valores para quase todos os órgãos foram gradativamente aumentando do tratamento Luz para Luz Baixa e Escuro. Os resultados sugerem que durante os momentos de pouca luminosidade possa estar havendo uma maior degradação de proteínas e aumento da concentração de aminoácidos e o seu direcionamento para prover energia para os órgãos em crescimento.