Teste de mobilidade funcional virtual : verificação do potencial clínico do ambiente virtual para avaliação da mobilidade em condição de múltiplas tarefas, em pessoas com Doença de Parkinson

Abstract

Introdução: Os pacientes com Doença de Parkinson (DP) apresentam prejuízos na mobilidade funcional durante a realização de tarefas simultâneas. Poucos são os instrumentos disponíveis para a avaliação da mobilidade funcional durante a realização de multitarefas na DP. Diante da possibilidade do uso da realidade virtual (RV), que permite a realização de multitarefas em diferentes ambientes sem a necessidade de espaço amplo e de forma segura, o desenvolvimento de um ambiente virtual seguro e acessível, capaz de avaliar a mobilidade funcional em pacientes com DP se mostra interessante. Objetivo: Verificar o potencial do teste de mobilidade funcional virtual (TMFV) como ferramenta clínica de avalição da mobilidade funcional de pacientes com Doença de Parkinson durante a realização de múltiplas tarefas. Método: Foram recrutados vinte e cinco indivíduos com DP (61.1±9.67) e vinte e cinco indivíduos saudáveis pareados por idade e sexo (60.4±9.11). Os participantes foram avaliados por meio do Teste de trilhas (TMT), Fluência Semântica (FS) T “UP GO” (TUG) TUG f (TUG-cognitivo) e por meio do teste de mobilidade funcional virtual (TMFV), composto por uma tarefa simples (TS), exclusivamente motora e uma tarefa complexa (TC), composta por multitarefas. A interface com o ambiente virtual se deu por meio do sensor Microsoft Kinect V2. Análise: A normalidade dos dados foi testada por meio do teste de Shapiro-Wilk. Para comparação dos grupos foi realizado test t de student ou seu correspondente não paramétrico. As correlações entre as variáveis dos testes clínicos e do ambiente virtual foram estabelecidas pelo teste de Spearman. A reprodutibilidade do TMFV foi verificada por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI), associada a medida de erro padrão (SEM) e a menor mudança detectável (SDD). Foi considerado nível de significância p< 0.05. Resultado: Os grupos se mostraram diferentes em todos os testes avaliados exceto no TMT parte B, TC e no tempo parcial 4 da TC. Foram observadas fortes correlações entre as partes A e B do TMT com a TC; regulares entre TUG e TUG-cognitivo com TS e TC, respectivamente, e fraca correlação da FS e TC. Excelente confiabilidade na TC (CCI=.87) e moderada na TS (CCI = .68). Conclusão: Conclui-se que o TMFV desenvolvido apresenta potencial como instrumento de avaliação da mobilidade funcional em condição de múltiplas tarefas para pessoas com DP.