A auto-organização e a formação docente emancipatória na licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília: reflexões a partir da experiência da turma Gabriela Monteiro

Abstract

A tese intitulada “A Auto-organização e a Formação Docente Emancipatória na Licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília: reflexões a partir da experiência da Turma Gabriela Monteiro” é resultado da pesquisa desenvolvido no âmbito do programa de Pós-Graduação em Educação, da linha de Pesquisa Educação Ambiental e Educação do Campo da Universidade de Brasilia. A pesquisa objetivou analisar os aprendizados construídos nos tempos educativos dedicados à auto-organização dos educandos da Turma Gabriela Monteiro da LEdoC, nas diferentes instâncias organizativas do curso, que ocorrem no Tempo Universidade e no Tempo Comunidade, bem como buscar elementos de sua repercussão nas práticas educativas e que apontem para uma perspectiva emancipatória. O estudo partiu da tese de que a auto-organização dos estudantes da LEdoC UnB procura desenvolver espaços coletivos para o exercício democrático e a gestão de processos educativos, tanto no curso e na universidade em seus diferentes espaços democráticos, quanto na vida militante e comunitária dos educandos no movimento da Alternância nos Tempos Universidade e Comunidade. Buscando contextualizar a materialização da Educação do Campo, a partir da compreensão de sua completa indissociabilidade da Questão Agraria, dos desafios da realização da Reforma Agrária Popular, o processo de institucionalização da Educação do Campo como construção coletiva, resultado de parcerias constituídas entre movimentos sociais e a universidade. Com referencial nas experiências da Educação Socialista Russa, da Escola Comuna, Escola Unitária e a formação de militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra para a auto-organização na perspectiva da formação do professor/educador militante intelectual orgânico. A organicidade é o processo formativo desenvolvido pela LEdoC, que se assenta sobre o princípio da práxis, onde teoria e prática constituem uma unidade formativa, coerente com seu principal objetivo: transformar a forma escolar. Esta pesquisa baseou - se nos principais pressupostos epistemológicos do Materialismo Histórico-dialético (MHD), fundamentada na materialidade e na epstemologia da práxis. Os principais mecanismos de investigação foram as rodas de conversa, a análise documental e a observação participante com o registro escrito, em áudio e vídeo. Após o exame de todo o material a partir da análise de conteúdo e do discurso, encontramos, dentre outras, as categorias: Auto-organização do estudantes; o Trabalho comoPrincípio Educativo; Formação docente Emancipatória; Educação Socialista e Identidades de Luta, a partir destas, pela análise de conteúdo e discurso, conclui se que em articulação com a organicidade dos estudantes, com vistas à transformação social, a auto organização contribui para formação de educadores na perspectiva emancipatória, e que a atuação na organicidade desencadeia processos educativos emancipatórios com vistas a formar Intelectuais Orgânicos da Classe Trabalhadora.