Exclamativas não-sentenciais do PB

Abstract

Esta dissertação analisa o fenômeno das exclamativas-Wh não sentenciais do Português Brasileiro, à luz da teoria dos Princípios e Parâmetros proposta por Chomsky (1995) e trabalhos subsequentes, tomando por base principal de análise a teoria de cartografia sintática de Rizzi (1997) e, mais recentemente, Rizzi e Bocci (2017). Este trabalho pretende avaliar questões de ordem sintática e semântica dessas frases. A análise dos dados mostrou que as exclamativas não sentenciais em PB são construções que se constituem na forma de um DegP que domina um AP, ao invés de uma estrutura sentencial composta por um CP, como o quer Sibaldo (2016). Analiso nesta dissertação os elementos mínimos para que haja o licenciamento da interpretação de exclamação, mais especificamente, analiso o papel dos nomes, dos adjetivos e dos morfemas de grau na constituição das referidas frases. A análise que aqui organizo se faz constatou demonstrou que a morfologia de grau, em PB, é altamente relevante para a constituição de determinados tipos de exclamativas (as que se constituem apenas com nomes ou com adjetivos não gradáveis (RETT, 2011). São de especial interesse o morfema aumentativo, nos nomes e nos adjetivos, e o superlativo, nos adjetivos apenas. Ademais, defendo que, da mesma forma que o CP, o DegP possui uma estrutura mais rica do que aparenta, podendo ser desmembrado em pelo menos duas projeções para codificação da semântica de grau máximo, chamadas aqui de DegMaxP1 e DegMaxP2, uma posição para semântica de grau mínimo (que hospeda diminutivos), chamada de DegMinP e uma projeção para Tópico mais alta. A ideia que defendo aqui é a de que apenas DegMaxP2 é capaz de ativar a força exclamativa em contextos não sentenciais. A proposta semântica para o fenômeno gira em torno da constituição da ideia de avaliatividade (Evaluativity) e da existência de um morfema EVAL, ambos propostos nos trabalhos de Rett (2008, 2011), e como eles interagem com os nomes, adjetivos e morfemas de grau aumentativo, diminutivo e superlativo.