Skip navigation
Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/46985
Arquivos associados a este item:
Arquivo TamanhoFormato 
ShirleneMafraHolandaMaia_DISSERT.pdf1,37 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir
Título: Existência severina : análise bioética da mortalidade infantil de Caruaru-PE do período de 2015 a 2020
Autor(es): Maia, Shirlene Mafra Holanda
Orientador(es): Shimizu, Helena Eri
Assunto: Bioética de intervenção
Saúde - aspectos socioeconômicos
Mortalidade infantil
Data de publicação: 12-Dez-2023
Referência: MAIA, Shirlene Mafra Holanda. Existência severina: análise bioética da mortalidade infantil de Caruaru-PE do período de 2015 a 2020. 2023. 97 f., il. Dissertação (Mestrado em Bioética) - Universidade de Brasília, Brasília, 2023.
Resumo: Introdução: A mortalidade infantil é um importante indicador das condições de vida e saúde de uma população. É complexa, multifatorial e influenciada por diversos fatores sócio-econômicos e de assistência à saúde. A Bioética de Intervenção se coloca como interlocutora no combater a dilemas éticos persistentes como a mortalidade infantil em busca de justiça social. Objetivos: Analisar a mortalidade infantil e os fatores associados, no município de Caruaru, no período de 2015 a 2020, à luz da Bioética de Intervenção. Métodos: Estudo descritivo, analítico, ecológico, onde foi analisado o óbito infantil e sua relação com variáveis socioeconômicas e assistenciais, através de dados secundários do SIM e SINASC do DATASUS. Variáveis estudadas: Maternas: idade, escolaridade, raça/cor; Óbito infantil: idade do óbito, sexo, raça/cor; Assistência: número de consulta pré-natal, tipo de parto, tipo de gravidez, idade gestacional, peso de nascimento, causa básica do óbito, evitabilidade do óbito; Econômicas: renda per capta por bairro. Análise estatística utilizou STATA/SE 12.0 e Excel 2010 para frequências e Teste Qui-Quadrado e Teste Exato de Fisher para associação multivariada. Resultados: Foram identificados 302 óbitos infantis com idade média de 38 dias de vida, peso médio ao nascer de 1.863g e idade gestacional média de 32 semanas. A idade materna média foi de 25 anos e o número de consultas de pré-natal média foi de 5 consultas. No grupo de menor renda, prevaleceram as mulheres com idades nos extremos, < 20 anos (49,3%) e ≥ 35 anos (42,4%); as menores escolaridades, ensino fundamental (42,9%) e ensino médio (48,2%) e as mulheres de cor não branca (42,7%). Discussão: Os resultados indicam os determinantes sociais como relevantes para explicar questões da mortalidade infantil que vão além dos aspectos biológicos e que se manifestam diferentemente em cada lugar, evidenciando as desigualdades e iniquidades sociais. Os marcadores da desigualdade social são encontrados na relação entre a renda e variáveis materna como idade, escolaridade e raça/cor, pois, mesmo afastados os fatores de risco biológicos, o óbito foi maior no grupo de baixa renda. O parto vaginal foi maior no grupo de menor renda e o parto cesárea predominou no grupo de maior rend a, sugestionando um possível racismo/preconceito estrutural existente no sistema de saúde, onde mulheres não brancas e pobres são maioria e sofrem menos intervenções durante o trabalho de parto por negligência. Conclusões: Verificou-se que o enfrentamento da mortalidade infantil, bem como o cuidado com as mães em Caruaru, requer um olhar plural, pois estão impregnados pelas condições de vulnerabilidade das mães e dos bebês advindos da exclusão social. Na perspectiva da Bioética de Intervenção, a mortalidade infantil caracteriza-se como uma situação persistente, delimitada em alguns espaços geográficos invisibilizados socialmente. É importante a conscientização quanto aos fatores detrás das estatísticas, e maior compromisso do Estado com as vidas, através de políticas que reduzam as injustiças sociais, desigualdades e violências engendradas nas instituições, priorizando uma ação libertadora, contestando e denunciando o status quo vigente em todos os níveis sociais.
Abstract: Introdução: A mortalidade infantil é um importante indicador das condições de vida e saúde de uma população. É complexa, multifatorial e influenciada por diversos fatores sócio-econômicos e de assistência à saúde. A Bioética de Intervenção se coloca como interlocutora no combater a dilemas éticos persistentes como a mortalidade infantil em busca de justiça social. Objetivos: Analisar a mortalidade infantil e os fatores associados, no município de Caruaru, no período de 2015 a 2020, à luz da Bioética de Intervenção. Métodos: Estudo descritivo, analítico, ecológico, onde foi analisado o óbito infantil e sua relação com variáveis socioeconômicas e assistenciais, através de dados secundários do SIM e SINASC do DATASUS. Variáveis estudadas: Maternas: idade, escolaridade, raça/cor; Óbito infantil: idade do óbito, sexo, raça/cor; Assistência: número de consulta pré-natal, tipo de parto, tipo de gravidez, idade gestacional, peso de nascimento, causa básica do óbito, evitabilidade do óbito; Econômicas: renda per capta por bairro. Análise estatística utilizou STATA/SE 12.0 e Excel 2010 para frequências e Teste Qui-Quadrado e Teste Exato de Fisher para associação multivariada. Resultados: Foram identificados 302 óbitos infantis com idade média de 38 dias de vida, peso médio ao nascer de 1.863g e idade gestacional média de 32 semanas. A idade materna média foi de 25 anos e o número de consultas de pré-natal média foi de 5 consultas. No grupo de menor renda, prevaleceram as mulheres com idades nos extremos, < 20 anos (49,3%) e ≥ 35 anos (42,4%); as menores escolaridades, ensino fundamental (42,9%) e ensino médio (48,2%) e as mulheres de cor não branca (42,7%). Discussão: Os resultados indicam os determinantes sociais como relevantes para explicar questões da mortalidade infantil que vão além dos aspectos biológicos e que se manifestam diferentemente em cada lugar, evidenciando as desigualdades e iniquidades sociais. Os marcadores da desigualdade social são encontrados na relação entre a renda e variáveis materna como idade, escolaridade e raça/cor, pois, mesmo afastados os fatores de risco biológicos, o óbito foi maior no grupo de baixa renda. O parto vaginal foi maior no grupo de menor renda e o parto cesárea predominou no grupo de maior rend a, sugestionando um possível racismo/preconceito estrutural existente no sistema de saúde, onde mulheres não brancas e pobres são maioria e sofrem menos intervenções durante o trabalho de parto por negligência. Conclusões: Verificou-se que o enfrentamento da mortalidade infantil, bem como o cuidado com as mães em Caruaru, requer um olhar plural, pois estão impregnados pelas condições de vulnerabilidade das mães e dos bebês advindos da exclusão social. Na perspectiva da Bioética de Intervenção, a mortalidade infantil caracteriza-se como uma situação persistente, delimitada em alguns espaços geográficos invisibilizados socialmente. É importante a conscientização quanto aos fatores detrás das estatísticas, e maior compromisso do Estado com as vidas, através de políticas que reduzam as injustiças sociais, desigualdades e violências engendradas nas instituições, priorizando uma ação libertadora, contestando e denunciando o status quo vigente em todos os níveis sociais.
Unidade Acadêmica: Faculdade de Ciências da Saúde (FS)
Informações adicionais: Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Bioética, 2023.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioética
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

Mostrar registro completo do item Visualizar estatísticas



Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.