Ocorrência de alterações patológicas no sistema reprodutor de ovelhas abatidas em frigorífico

Abstract

O Brasil possui o maior rebanho de ovinos e caprinos da América Latina, com aproximadamente 17,2 milhões e 8,7 milhões respectivamente, sendo a região Nordeste o destaque com 57,5% e 91,6% do rebanho ovino e caprino brasileiro. Diversas enfermidades reprodutivas podem ser influenciadas por fatores como o ambiente, o manejo, a genética, alterações metabólicas ou carenciais e agentes infecciosos. No período de maio de 2017 a abril de 2018 foram coletadas amostras de útero e ovário de ovelhas abatidas em frigorifico de inspeção federal localizado na cidade de Formosa-GO, entorno de Brasília. De 475 peças avaliadas macroscopicamente, 81 foram enviadas para análise microscópica. As principais alterações encontradas foram: indícios de involução uterina em 59,3% (48/81), piometra em 20,9% (17/81), melanose uterina em 12,3% (10/81), retenção de placenta em 6,17% (5/81) e aplasia uterina 1,2% (1/81). Em relação aos ovários, foi observado ovários policísticos em 45,7% (37/81), corpo lúteo 24,7% (20/81), folículo ovulatório em 14,8% (12/81), corpo albicans 1,2% (1/81), abscesso periovariano 1,2% (1/81), aplasia ovariana 1,2 (1/81), fusão ovariana em 1,2% (1/81) e ovário sem alteração 9,9% (8/81). Na microscópia foi observado involução uterina 22,22% (18/81), endometrite 8,64% (7/81), edema endometrial 4,93% (4/81), hidrometra 3,7% (3/81), melanose 3,7% (3/81), retenção de placenta 1,23% (1/81), tuba uterina acessória 1,23% (1/81), útero gravídico 6,2% (5/81) e sem alteração 48,15% (39/81). Nos ovários foram observados corpo lúteo em 27,2% (22/81), corpo lúteo + folículo ovulatório em 12,3% (10/81), cistos em 2,5% (2/81), hiperemia medular 2,5% (2/81), folículo pré-ovulatório 1,2% (1/81), infiltrado histiocítico 1,2% (1/81) e amostras sem alterações significativas 53,1% (43/81). 23 amostras foram enviadas para análise microbiológica. Os principais agentes isolados foram: Streptococcus sp. 17,4% (4/23), Escherichia coli 17,4% (4/23), Enterobacter aglomerans 8,7% (2/23), também houve associação de agentes, Streptococcus sp. + Bacillus + Escherichia coli 4,3% (1/23), Escherichia coli + Streptococcus sp. 8,7% (2/23).