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Título: A argumentação no processo de alfabetização de crianças de 6 a 7 anos
Autor(es): Ribeiro, Lady Daiane Martins
Orientador(es): Borges, Fabricia Teixeira
Assunto: Alfabetização
Letramento
Desenvolvimento humano
Crianças
Data de publicação: 11-Jul-2022
Referência: RIBEIRO, Lady Daiane Martins. A argumentação no processo de alfabetização de crianças de 6 a 7 anos. 2022. xvii, 220 f., il. Tese (Doutorado em Psicologia do Desenvolvimento e Escolar) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.
Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo analisar a produção do processo argumentativo oral dos alunos do 1º ano do ensino fundamental, mediada por narrativas literárias em contexto de roda de conversa, identificando como os argumentos orais são construídos e modificados. Apoiamo-nos nas perspectivas teóricas da Psicologia Cultural – à luz das ideias de Jerome Bruner, Jaan Valsiner e Lev Vigotski, – e na Teoria Dialógica da Linguagem, de Mikhail Bakhtin – que compreende a argumentação na alfabetização como um processo constituinte da linguagem, fruto de um espaço dialógico, dinâmico, complexo e polifônico, a partir do qual as crianças se apropriam desse recurso cultural na manutenção e na modificação de significados e sentidos. Além disso, a argumentação ocorre por meio da inserção em um determinado grupo cultural, em um processo de reconstrução interna – por meio de operações mentais – das representações simbólicas dos objetos e dos fenômenos com os quais a criança é impelida a interagir em seu contexto. Por ser uma esfera constitutiva do diálogo, a argumentação está inteiramente ancorada na relação entre pensamento e linguagem, na qual esses processos estabelecem conexões ativas no desenvolvimento do psiquismo humano. Considerando que a alfabetização é um período singular na formação e na constituição da criança que lê e escreve, a argumentação contribui para o avanço das formas elaboradas de linguagem, como o discurso argumentativo, atuando discursivamente na esfera coletiva. A metodologia utilizada insere-se na abordagem qualitativa, esboçada em três etapas. Em cada etapa foram realizadas rodas de conversa com seis crianças, entre 6 e 7 anos, de uma escola pública no Sudeste Goiano, mediante leitura de textos literários com conteúdos referentes à linguagem. Os resultados e as análises deste estudo apontaram que o processo argumentativo oral emerge na produção dos diálogos argumentativos constituídos pelos disparadores argumentativos (texto literário, fala dos colegas, fala da pesquisadora) em que estes funcionaram como mediadores culturais para surgimento dos argumentos construídos dialogicamente. Por estarem em processo de alfabetização, as crianças produziram seus argumentos pela inserção nas esferas discursivas em que os elementos psicológicos da memória e da imaginação funcionaram como recursos de sustentação e elaboração dos enunciados argumentativos das crianças. Diante disso, percebemos um avanço na construção dos argumentos, no qual a primeira etapa evidencia uma prevalência de respostas simples, com uso de relatos e narrativas, e na terceira e última etapa, uma recorrência de respostas mais complexas com uso de explicações e justificativas, com inserções de comparação e pontos de vista. A modificação dos argumentos ocorreu na medida que as crianças sentiam necessidade de contraporem o argumento apresentado anteriormente. Nesse sentido, a tensão/conflito no fluxo do diálogo se configura um componente que promoveu diferentes pontos de vista, o que possibilitou o acesso aos dizeres das crianças, sua forma de pensar sobre diferentes temas emergidos nas interações colaborativas e processos de negociação. Assim, defendemos que a argumentação deve estar presente no processo de alfabetização de crianças, por promover um ambiente de diálogo colaborativo, reflexivo e participativo na produção e na construção dos argumentos, favorecendo o desenvolvimento cultural da criança.
Abstract: This research aimed to understand the functioning of the argumentative process of students in the 1st year of elementary school mediated by literary narratives motivated by conversational circles, identifying how oral arguments are constructed and modified. We rely on the theoretical perspectives of Cultural Psychology – in the light of the ideas of Jerome Bruner, Jaan Valsiner and Lev Vigotski, – and on the Dialogical Theory of Language, by Mikhail Bakhtin –, which understands argumentation in literacy as a constituent process of language, the result of a dialogical, dynamic, complex, and polyphonic space, from which children appropriate this resource. in the maintenance and modification of meanings and senses. In addition, the development of argumentation occurs through the insertion in a certain cultural group, in a process of internal reconstruction – through mental operations – of the symbolic representations of the objects and phenomena with which the child is impelled to interact in their context. As a constitutive sphere of dialogue, argumentation is entirely anchored in the relationship between thought and language, in which these processes establish active connections in the development of the human psyche. Considering that literacy is a unique period in the formation and constitution of the child who reads and writes, argumentation contributes to the advancement of elaborated forms of language, such as argumentative discourse, acting discursively in the collective sphere. The methodology used is part of the qualitative approach of a longitudinal model, outlined in three stages. At each stage, conversation circles were held with six children, aged between 6 and 7 years, from a public school in Southeast Goiás, by reading literary texts with contents related to language. The results and analysis of this study pointed out that the argumentative process emerges in the production of argumentative dialogues produced by argumentative triggers (literary text, colleagues’ speech, researcher’s speech) in which they functioned as cultural mediators for the emergence of dialogically constructed arguments. As they were in the literacy process, the children produced their arguments by inserting themselves into the discursive spheres in which the psychological elements of memory and imagination functioned as resources for sustaining and elaborating the children's argumentative statements. In view of this, we perceive an advance in the construction of arguments, in which the first stage shows a prevalence of simple answers, with the use of reports and narratives, and in the third and last stage, a recurrence of more complex answers with the use of explanations and justifications, with inserts of comparison and points of view. The modification of the arguments occurred as the children felt the need to oppose the argument presented above. In this sense, the tension/conflict in the flow of dialogue constitutes a component that promoted different points of view, which allowed access to the children's words, their way of thinking about different themes that emerged in collaborative interactions and negotiation processes. Thus, we defend that argumentation should be present in the literacy process of children, as it promotes an environment of collaborative, reflective and participatory dialogue in the production and construction of arguments, favoring the child's cultural development.
Unidade Acadêmica: Instituto de Psicologia (IP)
Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento (IP PED)
Informações adicionais: Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Escolar, 2022.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Escolar
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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