Percepção do egresso de enfermagem sobre a simulação materno-infantil

Abstract

Introdução: Na área da enfermagem, a simulação clínica caracteriza-se como um método de ensino efetivo e inovador, permitindo aos estudantes e profissionais aprendizagem e capacitação, com uma interlocução entre a teoria e a prática em um ambiente seguro. Entende-se, na atualidade, que a simulação esteja relacionada a melhora do conhecimento, pensamento crítico, competência, satisfação e a autoconfiança dos participantes. Desse modo, a área materno infantil também demonstra desafios, pois nesse campo podem ocorrer emergências, surgir fatores que geram riscos à mãe e à criança, e apenas o conteúdo teórico ministrado em sala de aula pode não ser suficientes para que na prática o aluno ganhe as competências e habilidades necessárias para o seu desenvolvimento, sendo a simulação a ponte entre teoria e prática. Neste interim, a análise da percepção dos egressos sobre a contribuição do seu curso é de fundamental importância para a promoção do diálogo entre a formação e a práxis, podendo subsidiar a reflexão sobre as mudanças para se chegar ao perfil de profissional recomendado pelas atuais Diretrizes Curriculares Nacionais de enfermagem. Diante do exposto, emerge a questão de pesquisa: Qual a percepção do egresso do curso de graduação em enfermagem sobre a simulação materno-infantil na sua formação acadêmica e na sua inserção profissional? Objetivo: Avaliar a percepção do egresso de enfermagem a respeito da simulação materno-infantil. Método: Estudo transversal, descritivo-exploratório com abordagem quantitativa, realizado com 62 enfermeiros egressos do curso de enfermagem da Faculdade de Ceilândia da Universidade de Brasília que vivenciaram as simulações clínicas de uma disciplina materno-infantil em sua formação, entre os anos de 2012 e 2019. Utilizou-se a técnica de bola-de-neve para o recrutamento dos egressos e posteriormente, disponibilizou-se um formulário estruturado via Google Forms® constando, além do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, 30 questões objetivas e uma subjetiva. Os dados foram tabulados em planilha no Excel®, a análise descritiva realizada no Statistical Package for the Social Sciences® e a análise textual pelos métodos de nuvem de palavras e análise de similitude a partir do software IRAMUTEQ®. Resultados: Estão apresentados em três seções: Informações gerais, formação acadêmica e inserção profissional. Do total, 94% dos participantes concordaram que houve 2 contribuição positiva do uso da simulação em sua formação, assim como 61,18% concordam que houve ganho da autoconfiança. Porém, 25,76% sentiram algum desconforto durante a prática e outros 14,49% assinalaram como indecisos. A simulação contribuiu não só com a formação de sua identidade profissional, mas também com sua atuação no local de trabalho. Conclusão: O estudo alcançou o seu objetivo de avaliar a percepção do egresso a respeito da simulação clínica na área materno-infantil em sua formação acadêmica e quanto à inserção profissional. A simulação clínica quando implementada corretamente promove um aumento na autoconfiança, na autopercepção de bom desempenho, assim como estimula a tomada de decisão e auxilia na inserção do mercado de trabalho, relativamente.