Skip navigation
Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/42492
Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2021_LuaraWandelliLoth.pdf3,21 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir
Título: Economia política do desaparecimento no México : capitalismo periférico, neoliberalismo e guerra
Autor(es): Loth, Luara Wandelli
Orientador(es): Santana Júnior, Edemilson Cruz
Assunto: México
Guerrero
Desaparecimento
Superpopulação relativa
Periferia
Data de publicação: 1-Dez-2021
Referência: LOTH, Luara Wandelli. Economia política do desaparecimento no México: capitalismo periférico, neoliberalismo e guerra. 2021. 228 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Resumo: O ponto de partida analítico desta dissertação é: a permanência no século XXI do crime de desaparecimento de pessoas no México, e mais especificamente no Estado de Guerrero, no sudoeste do país, pode ser elucidada por meio da análise de aspectos políticos e, particularmente, socioeconômicos subjacentes a essa violência sistêmica nos termos de uma “Economia Política do Desaparecimento”. Ao buscar a singularidade desse fenômeno, investigo o paradigmático Caso Ayotzinapa e uma de suas principais consequências: o surgimento de grupos de busca permanente por restos mortais e covas clandestinas. Analiso alguns dados sobre mercado de trabalho e violência no México, e particularmente em Guerrero, com o objetivo de submeter a um caso concreto a hipótese de que o neoliberalismo periférico engendra uma violência ascendente em decorrência de uma massa também tendencialmente em expansão de trabalhadores “supérfluos” desde o ponto de vista do capital monopólico. Antes que se converta em uma ameaça política, essa parcela da população marginalizada pelo desemprego estrutural acirrado na era neoliberal seria afetada pelo suposto extermínio. Paralelamente, a economia criminal – também partícipe da dinâmica de acumulação– possibilitaria meios de vida para trabalhadores integrantes das camadas mais profundas da superpopulação relativa. Nesse contexto, a guerra às drogas, protagonizada por um Estado de classe, torna-se – advertida ou inadvertidamente – parte de uma estratégia de dominação, controle e gestão da força de trabalho que favorece o capitalismo periférico. Entre os resultados alcançados pela pesquisa, concluo que o índice de desemprego aberto já não carrega o mesmo significado definidor que representou no passado. Isso se deve à ampliação de formas precarizadas de trabalho, nas quais as fronteiras entre trabalho e não trabalho perdem nitidez. As violências explícitas, como o desaparecimento (forçado ou não), não ocorrem de forma tão disseminada a ponto de reduzir significativamente a superpopulação relativa. Se o extermínio generalizado não parece funcional, mesmo assim o desaparecimento segue contribuindo ativamente para a forma neoliberal de dominação, sobretudo, no contexto de “neoliberalismo de crise” (PARANÁ, 2020a). A dominação violenta se mantém não porque foi forjada por um núcleo consciente que ordena ou cessa o extermínio conforme as mudanças conjunturais, mas sim por uma estrutura político-econômica – profundamente racista e etnocêntrica – pautada em níveis crescentes de degradação das condições de trabalho e de vida. Ademais, os resultados da pesquisa indicam que, na atualidade, a guerra às drogas se revela a principal manifestação coercitiva de dominação de classe correspondente ao neoliberalismo na periferia do capital. Em termos de superação do quadro diagnosticado, analiso os exemplos dos movimentos pelos 43 estudantes desaparecidos de Ayotzinapa (2014) e do coletivo Los Otros Desaparecidos de Iguala, que surge na raiz das repercussões daquele crime de Estado. Por fim, este trabalho buscou contribuir com a seguinte reflexão: se o capitalismo neoliberal está cada vez mais brutalizado, talvez observar sociedades periféricas, e, radicalizando a proposta, a periferia da periferia, como Guerrero, colabore com a formulação de conjecturas sobre o futuro das relações entre as classes sob o capital.
Abstract: The analytic starting point of this dissertation is that the permanence in the 21st century of the crime of disappearance of people in Mexico, and more specifically in the state of Guerrero in the country’s southwest, may be elucidated by means of an analysis of the underlying political and, particularly, socioeconomic aspects of this phenomenon, in the terms of a “Political Economy of Disappearance”. In seeking the singularity of this phenomenon, I investigate the paradigmatic Ayotzinapa Case and one of its main consequences: the emergence of permanent search groups for mortal remains and secret graves. I analyze data on the labor market and violence in Mexico, and particularly Guerrero, with the objective of submitting to a concrete case the hypothesis that peripheral neoliberalism produces an ascendant violence as a consequence of an alsotendentially expanding mass of “superfluous” – from the point of view of monopolistic capital – workers. Before it becomes a political threat, this parcel of the population marginalized by the structural unemployment stiffened in the neoliberal era would be affected by the supposed extermination. In parallel, the criminal economy – also a participant in the dynamics of accumulation – makes a livelihood possible for workers part of the deepest layers of the relative surplus population. In this context, the war on drugs, whose protagonist is a class state, becomes – advertently or inadvertently – part of a strategy of domination, control, and management of the workforce that favors peripheral capitalism. Among the results reached by the research, I conclude that the open unemployment index no longer has the same definitory meaning that it represented in the past. This is due to the amplification of precarized forms of work, in which the frontier between work and non-work lose clarity. Explicit violences, such as disappearance (forced or otherwise), do not occur in such a disseminated fashion so as to significantly reduce the relative surplus population. If generalized extermination does not seem functional, disappearance continues to actively contribute to the neoliberal form of domination, especially in the case of “crisis neoliberalism” (PARANÁ, 2020a). Violent domination is maintained not because it was forged by a conscious nucleus that orders or ceases the extermination in accordance with conjunctural changes, but by a – profoundly racist and ethnocentric – political-economic structure guided by growing levels of degradation in working and living conditions. Furthermore, the results of the research indicate that, currently, the war on drugs reveals itself as the main coercive manifestation of class domination corresponding to neoliberalism in the periphery of capital. In terms of overcoming the diagnosed situation, I analyze the examples of the movements for the 43 disappeared students in Ayotzinapa (2014) and of the Los Otros Desaparecidos de Iguala collective, which appears in the roots of the repercussions of that State crime. Lastly, this work sought to contribute with the following reflection: if neoliberal capitalism is increasingly brutalized, maybe observing peripheral societies and, radicalizing the proposal, the periphery of the periphery, such as Guerrero, may contribute to the formulation of conjectures regarding the future of class relations under capital.
Resumen: El punto de partida analítico de esta tesis de Maestría es: la permanencia en el siglo XXI del crimen de desaparición de personas en el México, y más específicamente en el estado de Guerrero, en el Suroeste del país, puede ser elucidada por medio del análisis de aspectos políticos, y, particularmente, socioeconómicos subyacentes a esa violencia sistémica en los términos de una “Economía Políticas del Desaparecimiento de personas”. Al buscar la singularidad del fenómeno, investigo el paradigmático Caso Ayotzinapa y una de sus principales consecuencias: el surgimiento de grupos de búsqueda permanente por restos mortales en fosas clandestinas. Examino algunos indicadores del mercado laboral y de la violencia social en México, y particularmente en Guerrero, con el objetivo de someter a un caso concreto la hipótesis de que el neoliberalismo periférico engendra una violencia ascendente como reacción a la expansión de una masa de trabajadores considerados desechables desde la perspectiva del capital monopolista. Antes de que se convierta en una amenaza política inminente, esa parcela de la población marginalizada por el desempleo estructural recrudecido en la era neoliberal seria masacrada por este supuesto exterminio. Paralelamente, la economía criminal – también parte de la dinámica de la acumulación – posibilitaría medios de vida para los trabajadores integrantes de las camadas más profundas de la superpoblación relativa. En este contexto, la guerra contra las drogas, protagonizada por un Estado de clase, se convierte en – advertida o inadvertidamente – parte de una estrategia de dominación, control y gestión de la fuerza laboral que favorece el capitalismo periférico. Entre los resultados obtenidos por la investigación, concluyo que la tasa de desempleo abierto ya no tiene el mismo significado definitorio que representaba en el pasado. Esto se debe a la expansión de formas de trabajo precarias, en las que los límites entre trabajo y no trabajo se difuminan. Las violencias explicitas, como el desaparecimiento (forzado o no), no ocurren de forma tan diseminada a punto de reducir significativamente la superpoblación relativa. Si el exterminio generalizado no parece funcional, así mismo el desaparecimiento sigue contribuyendo activamente para la forma neoliberal de dominación, sobre todo, en el contexto de “neoliberalismo de crisis” (PARANÁ, 2020a). La dominación violenta se mantiene no porque fue forjada por un núcleo consciente que ordena o cesa el exterminio conforme los cambios coyunturales, más sí por una estructura política-económica – profundamente racista y etnocéntrica – pautada en niveles crecientes de degradación de las condiciones de trabajo y de vida. Además, los resultados de la investigación indican que, en la actualidad, la guerra contra las drogas se revela como la principal manifestación coercitiva de la dominación de clase correspondiente al neoliberalismo en la periferia del capitalismo. Cuanto a la transcendencia de la situación diagnosticada, analizo los ejemplos de los movimientos por los 43 estudiantes desaparecidos de Ayotzinapa (2014) y del colectivo Los Otros Desaparecidos de Iguala, que surge en la raíz de las repercusiones de ese crimen de Estado. Por fin, este trabajo buscó contribuir con la siguiente reflexión: si el capitalismo neoliberal está cada vez más brutalizado, quizás observar las sociedades periféricas, y, radicalizando la propuesta, la periferia de la periferia, como Guerrero, colabore con la formulación de conjeturas sobre el futuro de las relaciones entre las clases bajo el capital.
Informações adicionais: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Estudos Latino-Americanos, Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados Sobre as Américas, 2021.
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
Agência financiadora: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

Mostrar registro completo do item Visualizar estatísticas



Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.