Campo DC | Valor | Idioma |
dc.contributor.advisor | Brod, José Affonso | - |
dc.contributor.author | Bogo, Cimara Monteiro | - |
dc.date.accessioned | 2021-02-09T14:08:10Z | - |
dc.date.available | 2021-02-09T14:08:10Z | - |
dc.date.issued | 2021-02-09 | - |
dc.date.submitted | 2020-09-30 | - |
dc.identifier.citation | BOGO, Cimara Monteiro. Gênese, evolução e significado geotectônico do Complexo Alcalino-Carbonatítico Três Estradas, RS. 2020. xvi, 160 f., il. Tese (Doutorado em Geologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020. | pt_BR |
dc.identifier.uri | https://repositorio.unb.br/handle/10482/40054 | - |
dc.description | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geologia, 2020. | pt_BR |
dc.description.abstract | O Complexo Alcalino-Carbonatítico Três Estradas (CTE) representa a primeira intrusão de
carbonatito identificada no Escudo Sul-Riograndense (ESRG), sul do Brasil. É compreendido por
calcita metacarbonatitos, dolomita metacarbonatitos, rochas metaultramáficas e metassienitos
alojados em gnaisses arqueanos do Terreno Taquarembó, remanescente do Cráton Rio de la
Plata. O CTE posiciona-se ao longo da zona de cisalhamento transcorrente sinistral Cerro dos
Cabritos, a 800m do Lineamento Ibaré, tido como uma zona de sutura neoproterozoica formada
no final da Orogênese Dom Feliciano. Deformação heterogênea e evidências de metamorfismo
em fácies xisto verde a anfibolito podem ser encontradas em todo o complexo, com porções
preservadas exibindo foliação e bandamento de fluxo ígneos.
As idades U-Pb em zircão revelam que o CTE foi formado no Mesoproterozoico,
mostrando idades de cristalização de 1.110±4,8 Ma e 1.123±15 Ma em dolomita metacarbonatito
e metassienito, respectivamente. Geoquímica de rocha total, dados de isótopos estáveis (C-O)
e radiogênicos (Nd-Sr-Hf) indicam que o magma parental das rochas do CTE provavelmente
derivou de fonte mantélica heterogênea metassomatizada enriquecida em CO2. Alguma
contribuição menor do Complexo Santa Maria-Chico também pode ter ocorrido, dada a presença
de um cristal de zircão paleoproterozoico herdado em dolomita metacarbonatito. Idades-modelo
TDM(Nd) para todo o CTE variam entre 1,18 e 1,62 Ga, sendo as idades mais velhas relacionadas
aos dolomita metacarbonatitos (1,48 a 1,62 Ga), intermediárias relacionadas às rochas
metaultramáficas (1,37 a 1,50 Ga) e as idades-modelo mais jovens associadas à calcita
metacarbonatitos (1,18 a 1,55 Ga). A evolução magmática mais provável do CTE envolveu uma
relação complicada de processos de cristalização fracionada, imiscibilidade de líquidos e
metassomatismo/desgaseificação. Propõe-se que os dolomita carbonatitos derivaram
diretamente do magma parental via imiscibilidade de líquidos, enquanto as rochas ultramáficas
provavelmente foram formadas por cristalização fracionada do mesmo magma. Os calcita
metacarbonatitos podem representar a cristalização de líquido residual após a formação das
rochas ultramáficas. Além disso, soluções ricas em K e Na liberadas por magmas carbonatíticos
metassomatizaram as rochas ultramáficas e sieníticas, desenvolvendo fenitos potássicos e
sódicos.
Curiosamente, há uma similaridade notável entre as assinaturas isotópicas de Nd-Sr dos
metacarbonatitos do CTE e carbonatitos mesoproterozoicos da Província Alcalina de Ontário,
Canadá. Tal comparação reforça uma hipótese proposta por vários autores recentemente que a
Laurentia e o Cráton Rio de la Plata estiveram conectados no fim do Mesoproterozoico, durante
a formação do supercontinente Rodínia. Estas intrusões canadenses foram alojadas
simultaneamente ao evento magmático extensional Keweenawan (1.110-1.090 Ma), o qual é
marcado por vasto vulcanismo basáltico, e à geração do enxame de diques Abitibi (1.160-1.140
Ma), ambos associados a processos de rifteamento intracontinental, os quais podem ser
temporalmente relacionados ao CTE. Na história evolutiva do ESRG, a colocação do CTE
antecede à formação de crosta oceânica em 920 Ma, que deu origem ao Proto-oceano
Adamastor ou Oceano Charrua. Este oceano fechou no final do Neoproterozoico com a formação
do supercontinente Gondwana, por volta de 540 Ma, provavelmente culminando na deformação
e metamorfismo das rochas do CTE.
A comparação entre feições texturais, composições mineralógicas e assinaturas
geoquímicas do CTE com outros carbonatitos do ESRG (i.e. Picada dos Tocos - 603,2 ± 4,5 Ma,
U-Pb em zircão; e Passo Feio, considerado Neoproterozoico), sugerem mesma fonte de manto
astenosférico e processos de fusão semelhantes para essas rochas. Entretanto, idades de
cristalização muito distintas foram propostas para esses carbonatitos, sugerindo magmatismo
carbonatítico recorrente no sul do Brasil, ao longo do tempo geológico. A recorrência de
magmatismo carbonatítico também é reportada em outros terrenos antigos, como Ontário e SW
Quebec, no Canadá, Groelândia e Norte da Europa (Península de Kola).
A complexidade petrológica envolvida na gênese de complexos carbonatíticos também é
responsável pela geração de ocorrências minerais. O CTE contém recurso mineral medido de
36 Mt @ 4.01% P2O5, recurso mineral indicado de 47 Mt @ 4.18% P2O5 e recurso mineral inferido
de 21.8 Mt @ 3.67% P2O5, usando teor de corte de 3.0% de P2O5. O fosfato é proveniente da
estrutura da apatita, que está hospedada em metacarbonatitos. Embora tenham concentrações
consideráveis de P2O5, as rochas metaultramáficas não apresentam boa recuperação
metalúrgica. O principal controle de ocorrência dos carbonatitos são as zonas de falha/fratura
antigas. | pt_BR |
dc.description.sponsorship | Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). | pt_BR |
dc.language.iso | Português | pt_BR |
dc.rights | Acesso Aberto | pt_BR |
dc.title | Gênese, evolução e significado geotectônico do Complexo Alcalino-Carbonatítico Três Estradas, RS | pt_BR |
dc.type | Tese | pt_BR |
dc.subject.keyword | Complexo Três Estradas (RS) | pt_BR |
dc.subject.keyword | Carbonatito | pt_BR |
dc.subject.keyword | Escudo Sul-riograndense | pt_BR |
dc.subject.keyword | Mesoproterozoico | pt_BR |
dc.subject.keyword | Mineralização em fosfato | pt_BR |
dc.rights.license | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. | pt_BR |
dc.description.abstract1 | The Três Estradas Alkaline-Carbonatite Complex (TEC) represents the first carbonatite
intrusion discovered in the Sul-Riograndense Shield (SRS), southern Brazil. It comprises calcite
metacarbonatites, dolomite metacarbonatites, metaultramafic rocks and metasyenites hosted in
archean gneisses of the Taquarembó Terrane, a remnant of the Rio de la Plata Craton. The TEC
lies along the sinistral Cerro dos Cabritos transcurrent shear zone, ca. 800m from the Ibaré
Lineament, a major neoproterozoic suture zone formed by the end of the Dom Feliciano
Orogenesis. Heterogeneous deformation and evidence of greenschist to amphibolite facies
metamorphism can be found in the entire complex, with preserved portions showing flow foliation
and banding.
The U-Pb ages in zircon reveal that the TEC was formed in the Mesoproterozoic, showing
crystallization ages of 1,110±4.8 Ma and 1,123±15 Ma for dolomite metacarbonatite and
metasyenite, respectively. Whole-rock geochemistry, stable (C-O) and radiogenic (Nd-Sr-Hf)
isotope data indicate that the parental magma of the TEC rocks probably derived from a
metasomatized heterogeneous mantle source enriched in CO2. Some minor contribution of the
Santa-Maria Chico Granulitic Complex also may have occurred given the presence of one
inherited paleoproterozoic zircon crystal in dolomite metacarbonatite. TDM (Nd) model-ages for
the whole TEC vary between 1.18 and 1.62 Ga, being the oldest ages related to dolomite
metacarbonatites (1.48 to 1.62 Ga), intermediate ones related to the metaultramafic rocks (1.37
to 1.50 Ga) and youngest model-ages associated with calcite metacarbonatites (1.18 to 1.55 Ga).
The magmatic evolution of the TEC complex most likely involved a complicated relationship of
fractional crystallization, liquid immiscibility, and metasomatism/degassing processes. It is
proposed that the dolomite carbonatites derived directly from the parental magma via liquid
immiscibility, whereas the ultramafic rocks probably were formed by fractional crystallization of
the same magma. The calcite metacarbonatites may represent the crystallization of residual
liquids after ultramafic rocks formation. Furthermore, K- and Na-rich solutions released by the
carbonatite magmas metasomatized the ultramafic and syenitic rocks, developing potassic and
sodic fenites.
Interestingly, there is a remarkable similarity between the Nd-Sr isotope signatures of the
TEC metacarbonatites and the mesoproterozoic carbonatites from the Alkaline Province of
Ontario, Canada. Such comparison reinforces a hypothesis proposed by several authors in the
recent years that the Laurentia and the Rio de la Plata Craton were connected at the end of the
Mesoproterozoic, during the formation of the Rodinia supercontinent. These Canadian intrusions
were emplaced simultaneously with the Keweenawan extensional magmatic event (1,110-1,090
Ma), which is marked by extensive basaltic volcanism, and to the Abitibi dike swarm (1,160-1,140
Ma), both associated with a major intracontinental rifting process, which can be also temporally
related to the TEC. In the evolutionary history of SRS, the placement of the TEC precedes the
formation of an oceanic crust in 920 Ma, which gave rise to the Proto-Adamastor Ocean or
Charrua Ocean. This ocean closed at the end of the Neoproterozoic with the formation of the
supercontinent Gondwana, around 540 Ma, probably culminating in the deformation and
metamorphism of the TEC rocks.
A comparison of textural features, mineralogical compositions and geochemical signatures
do TEC with the other carbonatites from the SRS (i.e. Picada dos Tocos - 603.2±4.5 Ma, U-Pb in
zircon; and Passo Feio - considered as Neoproterozoic) suggest the same source of
asthenospheric mantle and similar melting processes for these rocks. However, the very distinct
crystallization ages were proposed for these carbonatites, suggesting a recurrent carbonatite
magmatism in the southern Brazil along the geological time. The recurrence of carbonatite
magmatism is also reported in other ancient terranes such as Ontario and SW Quebec, Canada,
Western Greenland, and Northern Europe (Kola Peninsula).
The petrological complexity involved in the genesis of carbonatite complexes is also
responsible for the generation of mineral occurrences. The TEC contains a measured mineral
resource of 36 Mt @ 4.01% P2O5, indicated mineral resource of 47 Mt @ 4.18% P2O5 and inferred
mineral resource of 21.8 Mt @ 3.67% P2O5, using a cut-off grade of 3% P2O5. The phosphate
comes from the apatite structure, that is hosted in metacarbonatites. Although they have
considerable concentrations of P2O5, meta-ultramafic rocks do not show good metallurgical
recovery. The main control of the occurrence of carbonatites is the ancient fault/fracture zones. | pt_BR |
dc.contributor.email | cimaraces@gmail.com | pt_BR |
dc.description.unidade | Instituto de Geociências (IG) | pt_BR |
dc.description.ppg | Programa de Pós-Graduação em Geologia | pt_BR |
Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado
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