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Título: Magmatismo toniano do arco intra-oceânico Mara Rosa, província Tocantins, Brasil : significado tectônico e implicação na mineralização de Cu-Au pórfiro
Autor(es): Ferreira, Ana Tayla Rodrigues
Orientador(es): Oliveira, Claudinei Gouveia de
Assunto: Província Tocantins - aspectos geológicos
Rochas
Petrografia
Geoquímica
Data de publicação: 2-Jul-2020
Referência: FERREIRA, Ana Tayla Rodrigues. Magmatismo toniano do arco intra-oceânico Mara Rosa, província Tocantins, Brasil: significado tectônico e implicação na mineralização de Cu-Au pórfiro. 2020. 172 f., il. Tese (Doutorado em Geologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
Resumo: O sistema de arco intra-oceânico Mara Rosa (SAIO Mara Rosa) toniano está situado na parte norte do Arco Magmático Goiás, porção oeste da Faixa Brasília, Província Tocantins. Duas unidades geológicas principais o representam: a Sequência Metavulcanossedimentar Mara Rosa (930-890 Ma), constituída por anfibolitos, xistos, quartzitos, gonditos, metacherts, etc., e os Ortognaissses Mara Rosa (890-848 Ma). Ao longo da evolução do SAIO Mara Rosa, essas rochas foram metamorfizadas em facies anfibolito e retormetamorfizadas em facies xisto-verde. À despeito disso, muitos anfibolitos ainda preservam as assinaturas geoquímicas de seus protólitos ígneos e constituem uma chave importante para a identificação dos eventos magmáticos relacionados a origem e evolução do SAIO Mara Rosa. Dessa maneira, a partir de dados de campo, petrográficos, de química mineral, geoquímicos e geocronológicos, nesse trabalho, foram identificados três grupos principais de anfibolitos: 1. Anfibolitos com afinidade MORB; 2 - Anfibolitos boniníticos; e, 3. Anfibolitos de arco. Os anfibolitos com afinidade MORB têm a mais antiga idade geocronológica (915+8 Ma, U-Pb em zircão) já encontrada no SAIO Mara Rosa. São levemente enriquecidos em large-ion lithophile elements - LILE, empobrecidos em high-field-strength elements - HFSE e apresentam baixas razões TiN (12-14), Zr/Y (1-2) e Zr/Sm (18-29) indicando alto grau de fusão parcial de uma fonte mantélica previamente empobrecida. Essas características os assemelham aos FABs (fore-arc basalts) do SAIO Izu Bonin-Mariana e indicam um contexto tectônico do tipo bacia de fore-arc. Os anfibolitos boniníticos variam de low-Si (LSB) a high-Si (HSB), apresentam alto Mg# (73-80), Cr-espinélio com alto Cr# (88-96) e são do tipo alto Ca (CaO/Al2O3>0.75). Essas propriedades são compatíveis com uma fonte mantélica rica em clinopiroxênio, possivelmente, de composição harzburgítica. Os anfibolitos de arco são enriquecidos em LILE, apresentam anomalias negativas de Nb e Ti, têm afinidade geoquímica toleítica a transicional, transicional e cálcio-alcalina que evidenciam fontes mantélicas distintas, possivelmente, relacionadas a diferentes graus de interação com fluidos da subducção ou com a crosta oceânica recém formada. Espacialmente, os anfibolitos com afinidade MORB e os anfibolitos boniníticos ocorrem preponderantemente na porção oeste do SAIO Mara Rosa, e os anfibolitos de arco se distribuem na porção leste formando um front vulcânico de direção NE-SW. Isso sugere que o SAIO Mara Rosa foi formado a partir de uma subducção que progrediu de oeste para leste. Nessa porção leste ou ao longo do front vulcânico são encontradas algumas ocorrências de depósitos minerais do tipo pórfiro (Serra das Araras, Morro do Urubu - Chapada, Serra do Bom Jesus, Serra do Caranã, Serra dos Picos). A principal delas é o depósito Cu-Au pórfiro Chapada (~512 Mt Cu @0.31% Au @ 0.24 g/t). Esse depósito está geneticamente relacionado com metadioritos cedo-neoproterozoicos e, espacialmente, associado com as rochas metavulcanossedimentares da Sequência Mara Rosa (930-890 Ma) e os Ortognaissses Mara Rosa (890-848 Ma). Dessa maneira, outro importante objetivo deste trabalho foi identificar o tipo de fonte dos protólitos ígneos desses ortognaisses e investigar as possíveis implicações desse magmatismo no sistema mineralizante do tipo pórfiro do arco intra-oceânico Mara Rosa. Os dados obtidos (campo, petrográficos, geoquímicos e geocronológicos) mostram que esses ortognaisses representam duas séries magmáticas distintas: uma de afinidade cálcio-alcalina de arco normal e outra de afinidade adakítica. Os ortogneisses cálcio-alcalinos de arco normal (CAN) têm composições quartzo-dioríticas a tonalíticas. São rochas metaluminosas, cálcio-alcalinas de médio-K e apresentam enriquecimentos em LILE (Cs, Rb, Ba, K, Sr) em relação aos HFSE (Nb, Zr, Ti). Têm idades de cristalização = 897 + 15 a 862 +4 Ma, idades TDMHf = 1.12 a 1.40 Ga, TDMND = 0.84 a 1.10 Ga, Ehf(t) = +5.51 a +9.97 e End(t)=+4.90 a +6.99. Todas essas características revelam uma fonte do tipo cunha mantélica astenosférica metassomatizada por fluidos liberados da subducção. Esses CAN, à semelhança dos metadioritos (Sr/Y = 13-66, média = 41; La/Yb = 7-12) do depósito Chapada, têm altas razões Sr(14-46, média = 30), porém baixas razões La/Yb (<15). Eles também se assemelham aos metadioritos em idades de cristalização, idades TDMNd e valores de End(t). Todas essas similaridades indicam que os metadioritos e os CANs representam o mesmo magma manto-derivado e dessa maneira os CANs consitituem o magma parental do sistema porfiro Mara Rosa. Evidências de recargas de magma máfico (cumulatos e mixing/mingling) encontradas nos CANs sugerem que a fertilidade desse sistema porfiro se deve a ciclos de adição de voláteis e elementos incompatíveis (incluindo elementos calcófilos em magmas oxidados) trazidos do manto e adicionados na câmara magmática dos seus protólitos. Os ortognaisses adakíticos também exibem composições quartzo-dioríticas a tonalíticas, metaluminosas, porém, têm mais altas razões Sr/Y (49-128) e La/Yb (17-24) e mais altos conteúdos de Cr (60-75 ppm) e Ni (16-43 ppm) do que os CANS (Cr = 21-48 ppm, e Ni = 7-18 ppm). Essas características evidênciam uma fonte distinta daquela dos CANs, possivelmente, a crosta juvenil delaminada no manto. Essas rochas não exibem qualquer similaridade com as rochas do depósito Cu-Au pórfiro Chapada. Dessa maneira, elas não representam o magma parental do sistema mineralizador porfiro do SAIO Mara Rosa.
Abstract: The Tonian Magmatism of the Mara Rosa Intra-Oceanic Arc System (Mara Rosa IOAS) occurs in the northern portion of the Goiás Magmatic Arc, west of the Brasília Belt, Tocantins Province. Two major geological units represent it: the Mara Rosa Metavulcanosedimentary Sequence (930 890 Ma) consisting of amphibolites, shales/schists, quartzites, gondites, metacherts, among others, and the Mara Rosa Orthogneisses (890-848 Ma). Throughout the evolution of the Mara Rosa IOAS these rocks were metamorphosed into amphibolite facies and re-metamorphosed into greenschist facies conditions. Despite this, many amphibolites still preserve the geochemical signatures of their igneous protoliths, constituting an important key for identifying the magmatic events related to the origin and evolution of Mara Rosa IOAS. Thus, this work used field, petrographic, mineral chemistry, geochemical and geochronological data to identify three main groups of amphibolites: 1. MORB affinity amphibolites; 2 – Boninite-type amphibolites; and 3. Arc amphibolites. MORB-affinity amphibolites are the oldest (915 + 8 Ma, zircon U-Pb) ever found in Mara Rosa IOAS. They are slightly LILE enriched, HFSE depleted and have low TIN (12-14), ZINY (1-2), and Zr/Sm (18-29) ratios indicating a high degree of partial melting from a previously depleted mantel source. These features resemble the Izu-Bonin-Mariana IOAS fore-arc basalts (FABs), indicating a tectonic context of the fore-arc basin type. Boninite-type amphibolites range from low-Si (LSB) to high-Si (HSB), have high Mg# (73-80), Cr-high spinel (88-96), and high-Ca (CaO/A1203>0.75). These w tint four rc amatamon properties are compatible with a clinopyroxene-rich mantle source, possibly of harzburgitic composition. Arc amphibolites are LILE enriched, have negative Nb and Ti anomalies, transitional and calc-alkaline, and transient to tholeiitic affinity evidence distinct mantle sources possibly related to different degrees of interaction with subduction fluids or newly formed oceanic crust. Spatially, the MORB-affinity amphibolites and boninite-type amphibolites occur predominantly in the western portion of the Mara Rosa IOAS while arc amphibolites are distributed in the eastern portion forming a NE-SW trend volcanic front, suggesting that the Mara Rosa IOAS was formed from subduction that progressed from west to east. In this volcanic front some occurrences of porphyry-type mineral deposits (Serra das Araras, Morro do Urubu - Chapada, Serra do Bom Jesus, Serra do Caranã, Serra dos Picos) are found in the Tonian Mara Rosa Intra-Oceanic Arc (Mara Rosa IOA), the western portion of the Brasília Belt, Tocantins Province, Brazil. Among them, the Chapada Cu-Au deposit (~ 512 Mt Cu @ 0.31% Au @ 0.24 g/t) is the most important porphyry copper-gold deposit, being genetically related to metadiorites and, spatially, associated with the metavulcanosedimentary rocks of the Mara Rosa Sequence (930-890 Ma) and Mara Rosa Orthogneisses (890-848 Ma). This work aims to identify the source of the igneous protoliths of these orthogneisses and to investigate the possible implications of the magmatism in the porphyry-type mineralization of the Mara Rosa IOAS. The obtained data (field, petrographic, geochemical and geochronological) show that these orthogneisses represent two distinct magmatic series, one with normal arc calc-alkaline affinity and the other with adakitic affinity. The normal arc calc-alkaline orthogneisses (NCO) have quartz dioritic to tonalitic compositions, are metaluminous, medium-K calc-alkaline, enriched in large-ion lithophile elements - LILE (Cs, Rb, Ba, K, Sr) in relation to high-field-strength elements - HFSE (Nb, Zr, Ti). These rocks present crystallization ages of 897 + 15 to 862 + 4 Ma, and TDMHf ages of 1.12 to 1.40 Ga, and TDMND ages of 0.84 to 1.10 Ga, EHf(t) = +5.51 to +9.97 and End(t) = +4.90 to +6.99. These combined characteristics reveal a wedge-type asthenospheric mantle metasomatized by fluids released from the subduction. The NCOs, like the metadiorites (high Sr/Y ratios, average = 41; La/ Yb = 7 12) of the Chapada deposit, have high Sr/Y ratios (14-46, average = 30), but low La/Yb ratios (<15). These NCOs also resemble metadiorites in ages of crystallization, TDMNd ages and ENd(t) values. These similarities indicate that metadiorites and NCOs represent the same mantle derived magma and thus the NCOs constitute the parental magma of the porphyry system. Evidence of mafic magma recharge in the magmatic chamber (cumulates and mixing/mingling) found in the NCOs suggests that the fertility of this porphyry system is related to cyclic adding of volatiles and incompatible elements (including chalcophile elements in oxidized magmas) brought from the mantle and added to the igneous protolith magmatic chamber. The adakitic orthogneisses (ADOs) also exhibit quartz-dioritic to tonalitic, metaluminous compositions, however, with higher Sr/Y (49-128) and La/Yb (17-24) ratios and higher Cr (60-75 ppm) and Ni (16-43 ppm) contents compared to NCO (Cr = 21-48 ppm, and Ni = 7-18 ppm). These characteristcs evidence a source different from that of the NCO, possibly the delaminated juvenile crust in the mantle. These rocks have no similarity with the metadiorites of Chapada deposit and, therefore, do not represent the parental magma of the porphyry mineralizing system of the Mara Rosa IOAS.
Unidade Acadêmica: Instituto de Geociências (IG)
Informações adicionais: Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geologia, 2020.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia
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