Skip navigation
Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/35635
Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2019_ManoelBomfimPereira.pdf2,33 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir
Título: Predicados bitransitivos no português dialetal do Brasil central (PBC) : construções de objeto duplo e de redobro de clítico
Outros títulos: Bitransitives predicates in the dialectal Portuguese of central Brazil (DPB) : double object construction and clitic doubling
Autor(es): Pereira, Manoel Bomfim
Orientador(es): Salles, Heloísa Maria Moreira Lima de Almeida
Assunto: Predicados bitransitivos
Português brasileiro - formação
Morfossintaxe
Predicados
Data de publicação: 22-Out-2019
Referência: PEREIRA, Manoel Bomfim. Predicados bitransitivos no português dialetal do Brasil central (PBC): construções de objeto duplo e de redobro de clítico. 2019. 260 f., il. Tese (Doutorado em Linguística)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Resumo: O estudo investiga as propriedades morfossintáticas do argumento meta/ objeto indireto (OI) em predicados bitransitivos, considerando particularmente o português brasileiro dialetal falado na região central do Brasil (Goiás e Minas Gerais) (PBC). Na análise, demonstra-se que esse argumento pode ser realizado em uma estrutura preposicionada ou na chamada construção de objeto duplo (Double Object Constuction/DOC), além das estruturas com o pronome clítico e com redobro do clítico. A tese problematiza o surgimento do PB e do PBC e, tomando por referência as condições sócio-históricas que propiciaram o contato de línguas nesse processo, busca identificar os fatores que determinam o surgimento das construções inovadoras do PBC em relação ao PB, a saber, a DOC e a construção de redobro do clítico, por um lado, e a reconfiguração nos traços formais do sistema pronominal, por outro, em virtude da perda do clítico dativo de 3ª pessoa (lhe). Para tanto, são examinados dados reais de fala, colhidos em dois corpora principais: um corpus do dialeto goiano, disponível em Rezende (2008) e um corpus do dialeto mineiro, obtido no acervo do Projeto Mineirês (FALE/UFMG), além de dados colhidos nos estudos prévios examinados. Nesse sentido, as seguintes questões emergem da observação dessas construções: quais são os traços formais dos pronomes complementos que determinam a ocorrência de DOC e das construções preposicionadas em oposição às construções com pronomes clíticos? Como ocorre o licenciamento gramatical do argumento meta realizado como clítico e como tais propriedades interagem com o DP/PP complemento na construção de redobro de clítico? Uma hipótese de trabalho é que o sistema pronominal do PBC manifesta um tipo de cisão que afeta as propriedades morfossintáticas do argumento meta (uma ideia proposta por Rabelo (2010), Naves; Pilati (2013), para a posição de sujeito e estendida à posição de objeto por Salles; Pereira (2018)). Em particular, verifica-se que pronomes clíticos ocorrem na 1ª/2ª pessoas – me/te; enquanto pronomes plenos (e reduzidos) ocorrem na 1ª/2ª/3ª pessoas do singular e do plural: eu; você(s)/ocê(s)/cê(s); ele/a(s); ê(s); ea(s); nós/a gente). Diante disso, argumento que a cisão no sistema de complementação pronominal do PBC contribui para o surgimento das estruturas inovadoras do PBC: a DOC e a de redobro de clítico. Tomando por referência o quadro teórico da gramática gerativa, no âmbito do Programa Minimalista (cf. CHOMSKY, 1995, e obras subsequentes), assumimos a hipótese de unificação da morfologia e da sintaxe, conforme Manzini; Savoia (2007; 2014), e a análise de Manzini; Franco (2016) e Manzini, Savoia; Franco (2017), segundo a qual verbos bitransitivos selecionam a propriedade [⊆], que denota uma relação de posse/ inclusividade, que pode ser lexicaliza por uma preposição P(⊆) ou por categoria pronominal do tipo ou Q/D(⊆), o que determina o caso oblíquo. Adaptando a proposta dos autores, proponho que, no PBC, o argumento meta pode se projetado nas seguintes estruturas: (i) [PP [P(⊆) DP]], quando realizado por preposição (P(⊆)), sendo os pronomes plenos realizados como DP; (ii) [DP [D [Q(⊆)]]], quando realizado por pronome pleno (sem preposição), sendo o núcleo de inclusividade realizado na estrutura sintática do DP. Em relação ao sistema pronominal, adotamos a geometria dos traços postulada em Carvalho (2008, 2010), que retoma a análise de Halle; Ritter (2002), e Béjar (2003), no que se refere postular a presença do traço [Participant] aos pronomes de 1ª/ 2ª pessoas, em oposição à 3ª pessoa. Consideramos ainda a proposta de Cerqueira (2017, 2018), que postula a presença dos traços [Definite] e [Specific] nos pronomes de 3ª pessoa em posição de complemento, o que implica dizer que esse pronome não é capaz de assumir a leitura arbitrária na posição sintática associada ao caso acusativo. Considerando as implicações da proposta de Cerqueira (2017, 2018), a conclusão deste trabalho é a de que a composição de traços formais dos pronomes de 3ª pessoa afeta a sua ocorrência como acusativo/dativo, em oposição à sua ocorrência como sujeito, o que deve interagir com a presença do traço de inclusividade [⊆].
Abstract: The study investigates the morphosyntactic properties of the goal/ indirect object argument in ditransitive predicates, considering dialectal Brazilian Portuguese spoken in the central region of Brazil (in Goiás and Minas Gerais states). In the analysis it is shown that this argument may be syntactically expressed either within a prepositional phrase or in the so called double object construction (DOC), being also realized as a clitic and in a clitic doubling construction. The thesis problematizes the rise of Brazilian Portuguese and Dialectal Brazilian Portuguese, taking into consideration the sociohistorical conditions that gave rise to language contact, further linking it to the rise of innovative constructions in PBC as opposed to PB, namely the DOC and the clitic doubling constructions, on the one hand, and the reconfiguration of the formal features in the pronominal system, on the other hand, due to the loss of third person dative clitic (lhe). In the analysis we examine real data of speech, collected in two main corpora: one corpus from the Goias dialect, taken from Rezende (2008) ando one corpus from ‘Minas’ dialect, taken from Mineirês Project (FALE/UFMG), further including data collected in previous studies. In this sense, the following questions arise: what are the formal features of object pronouns determining the occurrence of the DOC as opposed to the construction with clitic pronouns? How is the goal argument licensed as a clitic and which properties interact with the DP/PP complement in the clitic doubling construction? One hypothesis is that the pronominal system manifests a type of split affecting its morphosyntactic properties (an ideia found in Rabelo (2010), Naves; Pilati (2013), with respect to the subject position and extended to the object position in Salles; Pereira (2018)). In particular, clitic pronouns occur in first/ second person – me/te; while full pronouns (and reduced forms) occur in first/second/third person (singular and plural): eu; você(s)/ocê(s)/cê(s); ele/a(s); ê(s); ea(s); nós/a gente). Thus, the argument is that the split in the complementation pronominal system of BPC determines the rise of its innovative constructions: namely DOC e a clitic doubling constructions. Assuming the framework of generative grammar, and the Minimalist Program of research (cf. Chomsky 1995, and subsequent work), as well as the hypothesis of the unification of morphology and syntax, as proposed in Manzini; Savoia (2007; 2014), we adopt Manzini; Franco (2016) and Manzini, Savoia; Franco’s (2017) analyses of ditransitive and Differential Object Marking (DOM) constructions, according to which these predicates select a possession/ inclusive relation [⊆], which may lexicalized either as a proposition P(⊆) or as a pronoun marked as Q/D(⊆), thus implying oblique case. We then propose that the goal argument in PBC may be projected in the following structures: (i) [PP [P(⊆) DP]], whenever the inclusion property is realized by a preposition (P(⊆)) followed by a full pronoun (DP); (ii) [DP [D [Q(⊆)]]], whenever the inclusion property is realized in the syntactic structure of the full pronoun (DP) (without a preposition). Regarding the pronominal system, we adopt the feature geometry as postulated in Carvalho (2008, 2010), which in turn adopts Halle; Ritter (2002), and Béjar’s (2003) analyses, regarding the presence of the feature [Participant] in first/second person, as opposed to third person. We futher take into consideration Cerqueira’s (2017, 2018) analysis, according to which the features [Definite] and [Specific] are found in the composition of third person pronouns in complement position as opposed to subject/nominative position, implying that it is incompatible with an arbitrary reading. The conclusion is that the above-mentioned feature composition of third person pronouns affects its occurrence in complement position, as opposed to subject position, further interacting with the presence of the inclusive feature [⊆].
Unidade Acadêmica: Instituto de Letras (IL)
Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas (IL LIP)
Informações adicionais: Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, 2019.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Linguística
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
Agência financiadora: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF).
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

Mostrar registro completo do item Visualizar estatísticas



Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.