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Título: Cães e tutores : os desafios do diagnóstico e do controle da leishmaniose visceral canina
Outros títulos: Dogs and owners : the challenges of diagnosis and control of canine visceral leishmaniasis
Autor(es): Teixeira, Ana Izabel Passarella
Orientador(es): Romero, Gustavo Adolfo Sierra
Assunto: Leishmaniose visceral
Cão
Testes diagnósticos
Infecção
Data de publicação: 27-Set-2019
Referência: TEIXEIRA, Ana Izabel Passarella. Cães e tutores: os desafios do diagnóstico e do controle da leishmaniose visceral canina. 2019. 178 f., il. Tese (Doutorado em Medicina Tropical)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Resumo: A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma enfermidade que, apesar dos esforços de controle, continua a ser um problema de saúde pública, sendo um dos pontos mais cruciais a identificação acurada dos cães infectados. Nesse sentido, os estudos de validação dos testes diagnósticos utilizados na LVC são de suma importância, porém os estudos disponíveis frequentemente apresentam resultados heterogêneos na acurácia dos testes. Essa heterogeneidade decorre em parte da diversidade de padrões de referência utilizados e do tempo de evolução da infecção nos animais, dentre outros fatores. Outro tipo de estudo que pode ajudar a compreender a leishmaniose visceral canina é o estudo dos fatores associados à sua ocorrência. A tese foi desenvolvida em dois componentes, o primeiro, dedicado a estudar a acurácia de testes diagnósticos e, o segundo, para explorar os fatores associados à infecção. Os objetivos foram: i) avaliar a acurácia dos testes TR-DPP (Biomanguinhos®), EIE-LVC (Biomanguinhos®), o ELISA rk39 (in house) e o teste DAT-Canis frente a um padrão de referência constituído por uma combinação de técnicas parasitológicas e técnicas moleculares; ii) estimar a prevalência de infecção e doença em uma população canina em uma área endêmica do Distrito Federal e; iii) estudar os fatores associados à infecção canina. O primeiro componente foi o estudo de validação de testes diagnósticos de fase II/III em uma amostra de soros de 123 cães, predominantemente assintomáticos, residentes em uma área endêmica de leishmaniose visceral, previamente armazenados em um biobanco. Dos 123 animais, 69 (56,1%) foram considerados infectados de acordo com o padrão de referência estabelecido. A sensibilidade e a especificidade de cada teste foram, respectivamente: DAT-Canis [18,84% (IC95% 11,35% a 29,61%) e 96,30% (IC95% 87,46% a 98,98%)]; EIE-LVC [11,59% (IC95% 5,99% a 21,25%) e 90,74% (IC95% 80,09% a 95,98%)]; TR-DPP [21,74% (IC95% 13,64% a 32,82%) e 92,59% (IC95% 82,45% a 97,08%)] e ELISA rK 39 [37,68% (IC95% 27,18% a 49,48%) e 83,33% (IC95% 71,26% a 90,98%)]. Todos os testes apresentaram valores de sensibilidade baixos e especificidade elevada. Este comportamento poderia ser atribuído pelo menos em parte à elevada sensibilidade do padrão de referência combinado. Consequentemente foi possível identificar um maior número de cães assintomáticos e sugere que a falta de especificidade imputada tradicionalmente ao diagnóstico sorológico deve-se em parte à imperfeição do padrão de referência utilizado em outros estudos de validação. Em relação a esse componente, conclui-se que a baixa sensibilidade dos testes sorológicos para o diagnóstico de cães assintomáticos deve constituir preocupação prioritária no processo de desenvolvimento de novos testes diagnósticos a serem utilizados no programa de controle de leishmaniose visceral no Brasil. O segundo componente foi um estudo transversal que estimou a prevalência da infecção e da doença, e que, por meio de uma análise regressiva de Poisson avaliou os fatores associados à infecção canina. Os fatores de exposição foram analisados estabelecendo hierarquias entre eles seguindo um processo de construção do modelo que pudesse explicar racionalmente a causalidade potencial em relação ao desfecho, utilizando a regressão de Poisson. A prevalência da infecção foi 26,25% (IC95%: 20,05 a 33,57) e 13,75% (IC95%: 9,26 a 19,94) dos cães apresentaram infecção sintomática. A prevalência de cães soropositivos, de acordo com a metodologia recomendada pelo Ministério da Saúde foi 9,38% (IC95% 5,76-14,89). Os fatores de exposição que apresentaram associação com a infecção foram: pelagem curta [Razão de Prevalência (RP): 2,331 (IC95% 1,023 a 5,216)]; presença de quintal com predominância de terras e/vegetação [RP: 4,153 (IC95% 1,351 a 12,766)]; e o maior escore de poder aquisitivo [RP: 2,027 (IC95% 1,156 a 3,544)]. Os resultados da análise da distribuição espacial dos cães infectados, com dois critérios diagnósticos distintos - o critério do programa de controle baseado em testes sorológicos versus o critério mais sensível do padrão de referência utilizado no estudo de prevalência - revelou diferenças na abrangência das áreas de interesse para aplicação das intervenções de controle de LVC. Em conclusão, este é o primeiro estudo que relaciona uma melhor condição socioeconômica de proprietários de cães com maior prevalência de infecção por leishmaniose visceral. A associação com a condição socioeconômica deverá ser explorada em profundidade para identificar se fatores, tais como, melhor alimentação, vacinação contra doenças letais e outros cuidados oferecidos aos animais de proprietários de maior renda estariam influenciando na taxa de sobrevivência desses animais o que permitiria que fossem expostos por ao risco de infecção e permanecessem assintomáticos mais tempo. Os hábitos de recusa à realização e eutanásia dos animais também podem estar associados à maior prevalência de infecção nesse grupo e precisam ser documentados em estudos futuros. Finalmente, a combinação de exames sorológicos atualmente recomendados para a detecção da infecção canina demonstrou-se pouco sensível o que poderia afetar a tomada de decisão sobre a priorização de áreas para a aplicação de medidas de controle - conforme demonstrado pela comparação dos mapas gerados na análise espacial - e aponta para a urgente necessidade de revisão dessa abordagem em termos de saúde pública.
Abstract: Despite control efforts, canine visceral leishmaniasis continues to be a public health problem, and accurate identification of infected dogs remains a crucial issue. In this sense, diagnostic tests validation studies used to identify infected dogs are of paramount importance, even though available studies of such kind often present heterogeneous accuracy results. This heterogeneity stems in part from the diversity of reference standards used and the time of infection evolution in the animals, among other factors. Another type of study that may help to understand canine visceral leishmaniasis is the study of the factors associated with its occurrence. This thesis was developed in two stages, the first was dedicated to studying diagnostic tests accuracy and the second was concerned with exploring factors associated with infection development. The objectives were: i) to evaluate the accuracy of the TR-DPP (Biomanguinhos®), EIE-LVC (Biomanguinhos®), ELISA rk39 (in house) tests and the DAT-Canis test against a reference standard consisting of a combination of parasitological techniques and molecular techniques; ii) to estimate the prevalence of infection and disease in a canine population in an endemic area of the Federal District; iii) to study the factors associated with canine infection. The first stage was a phase II / III diagnostic validation study in biological samples of 123 dogs, predominantly asymptomatic, living in an endemic area of visceral leishmaniasis, previously stored in a biobank. Of the 123 animals, 69 (56.1%) were considered infected according to the established reference standard. The sensitivity and specificity of each test were respectively: DAT-Canis [18.84% (95% CI: 11.35% to 29.61%) and 96.30% (95% CI: 87.46% to 98.98% )]; EIE-LVC [11.59% (95% CI: 5.99% to 21.25%) and 90.74% (95% CI: 80.09% to 95.98%)]; TR-DPP [21.74% (95% CI: 13.64% to 32.82%) and 92.59% (95% CI: 82.45% to 97.08%)] and rK 39 ELISA [37.68% (95% CI: 27.18% to 49.48%) and 83.33% (95% CI: 71.26% to 90.98%)]. All tests had low sensitivity and high specificity. This behavior could be attributed at least in part to a high sensitivity of the combined reference standard. Therefore, it was able to identify a greater number of asymptomatic dogs as well as suggest that the lack of specificity traditionally imputed to the serological diagnosis because of the imperfection of the reference standard used in other validation studies. Regarding this results, low sensitivity of serological tests for the diagnosis of asymptomatic dogs was considered to be a priority concern for developing new diagnostic tests in the control program of visceral leishmaniasis in Brazil. The second study was a cross-sectional study which estimated the prevalence of infection and disease,and that evaluated factors associated with canine infection through Poisson regression analysis. Exposure factors were analyzed by establishing hierarchies among them following a process of model construction that could rationally explain potential causality in relation to the outcome. The prevalence of infection was 26.25% (95% CI: 20.05 to 33.57) and 13.75% (95% CI: 9.26 to 19.94) of the dogs presented symptomatic infection. The prevalence of seropositive dogs, according to the methodology recommended by the Ministry of Health was 9.38% (95% CI, 5.76 to 14.89). The exposure factors associated with the infection were: short coat [Prevalence Ratio (PR): 2,331 (95% CI 1.023 to 5.216)]; presence of a backyard with predominance of land and vegetation [RP: 4,153 (95% CI 1,351 to 12,766)]; and the dichotomous purchasing power score [RP: 2.027 (95% CI 1.156 to 3.544)]. The results of the analysis of the spatial distribution of infected dogs with two distinct diagnostic criteria - the criterion of the control program based on serological tests versus the most sensitive criterion of the reference standard used in the prevalence study - revealed differences in the range of areas of interest for the application of LVC control interventions. This reasearch is the first one to relate higher socioeconomic condition of dog owners with a higher prevalence of visceral leishmaniasis infection. This finding should be explored in depth to identify whether factors such as improved feeding, vaccination against lethal diseases and other care offered to the animals of higher income owners would be influencing the survival rate of these animals by allowing them to be exposed to the risk of infection and remain asymptomatic for longer. Habits of refusal to perform euthanasia of animals may also be associated with the higher prevalence of infection in this group and need to be documented in future studies. Finally, the combination of serological tests currently recommended for the detection of canine infection was not very sensitive, which could affect decision making on the prioritization of areas for the application of control measures - as demonstrated by the comparison of the maps generated in the analysis spatial - and points to the urgent need to revise this approach in terms of public health.
Sorologia
Unidade Acadêmica: Faculdade de Medicina (FM)
Informações adicionais: Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Medicina, Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical, 2019.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical
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Agência financiadora: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF).
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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