http://repositorio.unb.br/handle/10482/34170
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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2018_AmandadeOliveiraMota.pdf | 2,81 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Título: | As formas da alma : psicanálise, estética e criação |
Autor(es): | Mota, Amanda de Oliveira |
Orientador(es): | Tafuri, Maria Izabel |
Assunto: | Psicanálise infantil Sentidos e sensações Estética Desenvolvimento infantil Simbolismo (Psicologia) Psicanálise e arte |
Data de publicação: | 13-Mar-2019 |
Data de defesa: | 30-Jul-2018 |
Referência: | MOTA, Amanda de Oliveira. As formas da alma: psicanálise, estética e criação. 2018. 262 f., il. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica e Cultura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018. |
Resumo: | Este trabalho inscreve-se na tradição psicanalítica e tem como tema a dimensão estética da vida psíquica humana, compreendendo tal dimensão como parte primordial da atividade da psique. Chamamos de dimensão estética todos os aspectos da vida psíquica que se apresentam por meio de formas e/ou de padrões formais. Inclui ritmos corpóreos; aspectos da relação do sujeito com objetos e fenômenos sensoriais, como sons; criação de imagens nos sonhos e brincadeiras infantis, no caso das crianças; aspectos sonoros e poéticos da linguagem; relações do sujeito com os objetos culturais, etc. A partir de observações clínicas da autora desta tese, em interlocução com teorias psicanalíticas que enfatizam tal vértice estético, notou-se que a dimensão estética da vida emocional comparece na clínica psicanalítica, podendo ser um fio condutor central da sustentação do acontecimento clínico. Assim, aspectos não verbais podem ser observados nas comunicações dos pacientes, que comunicam por meio de formas e não de sentidos discursivos. Considerando estes pontos, a partir de três construções de casos clínicos, em contextos diferenciados e variações do setting, este trabalho se propõe a pensar uma mesma questão principal, defendendo que a capacidade do analista de sustentar a comunicação estética presentificada no setting é o que possibilita a transformação das formas da vida emocional do paciente. Antes do desenvolvimento dos casos, contudo, primeiramente é feita uma apresentação inicial do que está sendo chamado de a face estética da psicanálise: os desenvolvimentos presentes nas construções clínicas e teóricas psicanalíticas que envolvem discussões sobre as produções estéticas humanas e as relações da psique com elas, bem como os próprios aspectos estéticos das experiências psíquicas. Esta apresentação é feita com o objetivo principal de reconhecer as construções da tradição psicanalítica sobre o tema, entendendo também que por conta da dimensao estética da vida emocional, o vértice estético da psicanálise é inevitável e inerente a tal dimensão. Na abordagem dos autores, priorizam-se as construções de Freud, dos analistas independentes da Escola Britânica de Psicanálise (especialmente D. W. Winnicott) e seus herdeiros contemporâneos, sendo feita uma breve apresentação das ideias destes autores dentro do campo estético. Há um diálogo também com a filósofa da arte Susanne Langer e com o analista Isaías Mehlson, que desenvolve importantes pensamentos psicanalíticos sobre as formas emocionais e a presentificação delas na clínica. São então desenvolvidas as três construções de casos clínicos, nos capítulos 1 a 3 da tese. Nestes casos, as comunicações estéticas foram observadas como ponto central do trabalho psicanalítico. Os casos analisados acontecem não somente na clínica psicanalítica tradicional, com atendimentos individuais no consultório. É apresentado um caso individual com uma criança, um caso de atendimento em grupo de três crianças que apresentavam sintomas autísticos e uma experiência com oficinas de teatro e cinema em um serviço de saúde mental – um Centro de Atenção Psicossocial II. A partir das elaborações acerca da dimensão estética notada nestes três casos, é feita uma síntese teórica final, no capítulo 4. Nesta síntese, é observado que o sentido estético construído por meio de comunicações não verbais possibilita a constituição do espaço potencial presente na clínica. É percebida também a existência de experiências sensoriais nos casos clínicos, que favoreceram a ligação das angústias que precisavam ser elaboradas a imagens de continência, bem como a criação de experiências integradoras para o self. A partir disto, houve expansão da capacidade simbólica e foram observadas experiências mutativas. Reverberando tais elaborações clínicas, são propostas, em forma de esboço, algumas construções metapsicológicas, que buscam construir pontes entre as noções de sensorialidade, pulsionalidade, sonho, experiência estética e expansão do brincar. Também é apresentada a compreensão de Mehlson sobre as formas expressivas da vida emocional, o que é relacionado às teorias psicanalíticas winnicottianas, bem como à noção de formas da alma. Tal noção é proposta nesta tese para reunir uma série de fenômenos que demonstram o movimento contínuo da psique de busca, criação e encontro de formas que veiculem a vida emocional. As formas da alma se apresentam, assim, como um continuum de experiências psíquicas, das mais simples às mais complexas, em que a vida subjetiva busca criar e encontrar formas no mundo, que dão sentido para o self e suas experiências, bem como para a realidade externa. Tais formas também se presentificam na clínica psicanalítica. Uma vez que é encontrando formas no mundo que a experiência psíquica pode se integrar, se conhecer e se desenvolver, este encontrar de formas é essencial também na clínica, motivo pelo qual a sustentação da comunicação estética é o que permite as experiências de transformações, em psicanálise. Por fim, nas considerações finais, são apresentados os pontos que precisam ser melhor elaborados em trabalhos posteriores e também discute-se um pouco as questões da tese relacionadas com a inscrição do sujeito na cultura contemporânea, defendendo-se a importância da apresentação de experiências estéticas significativas na cultura, como favorecimento para o enriquecimento simbólico. |
Abstract: | This work enters in the psychoanalytical tradition and its subject is the aesthetical dimension of the psychic human life, understanding that this dimension is a primordial part of psyche’s activity. We call aesthetical dimension all the aspects of psychic life that present themselves through forms or form patterns. They include corporal rhythms; aspects of the relation of the individual with objects and sensorial phenomena, as sounds; creation of images in dreams and children playing; voiced and poetic aspects of the language; relations of the individual with cultural objects, etc. From clinical observations of the author of this thesis, dialoguing with psychoanalytical theories that emphasize this aesthetical vertex, it was noticed that the aesthetical dimension of emotional life is present in the psychoanalytical clinic and it can be the central thread to hold the clinical happening. We observe non-verbal aspects in the patient’s communication that communicate through forms and not discursive meanings. Considering these points, from the construction of three clinical cases, in different contexts and variations of settings, this work proposes to think one main question, defending that the analyst capacity to hold the aesthetical communication present in the clinical setting is what enables the transformation of the forms of the patient’s emotional life. Before the developing of the cases, however, first it is made an initial presentation of what is being called the psychoanalysis aesthetical face: developments present in the theoretical and clinical psychoanalytical constructions, that involves discussions about the human aesthetical productions and the relationship of the psyque with them, as well the aesthetical aspects of the psychic experiences. This presentation is made with the main objective of recognizing the constructions of the psychoanalytic tradition about the subject, understanding that because of the aesthetical dimension of the emotional life, the aesthetical vertex of psychoanalysis is inevitable and inherent of this dimension. About the authors used in this work, we priorize the constructions made by Freud, the independent analysts of the Britanic School of Psychoanalysis (specially D. W. Winnicott) and his contemporary heirs, and it is made a brief presentation of these authors ideas in the aesthetical field. There is also a dialogue with Susanne Langer, an art philosopher, and the analyst Isaias Mehlson, that develops important psychoanalytical thoughts about the emotional shapes and their presence in the clinic. It is developed three clinical cases constructions, in the chapters 1 to 3 of the thesis. In this cases, the aesthetical communications were observed as a central point of the psychoanalytical work. They happen not only in the traditional psychoanalytical setting, with individual sessions in the clinic. It is presented one individual case with a child, one grupal case with three children that presented autistic symptoms and one experience with theater and cinema workshops in a Brazilian public mental health service, Centro de Atenção Psicossocial II. From the elaborations about the aesthetical dimension presented in the three cases, it is made a final theoretical synthesis, in chapter 4. In this synthesis, it is observed that the aesthetical sense developed in nonverbal communications enables the constitution of the potential space present in the clinic. It is also noticed the existence of sensorial experiences in the clinical cases, that favored the linkage of the anguish that needed to be elaborated to continence images, as well as the creation of integrative experiences to the self. From these, there was an expansion of the symbolic capacity and it was observed mutative experiences. Reverberating these clinical elaborations, it is proposed, as an sketch, some metapsychological constructions, that search for building bridges between the notions of sensitivity, impulses, dream, aesthetical experience and expansion of playing. It is also presented the Mehlson’s comprehension of the expressive forms of emotional life, what is related to the Winnicott’s psychoanalytical theories, as well as the notion of forms of the soul. This notion is proposed in this thesis as a continuum of psychic experiences, from the most simple to the most complex, in which the subjective life searches for creating and finding forms in the world, that give sense to the self and its experiences, as well as to the external reality. These forms are also present in the psychoanalytical clinic. Once it is by finding forms in the world that the psychic experience can integrate, know and develop itself, this finding of forms in essential to the clinical experience as well. This is the reason why this holding of the aesthetical experience is what enables the transformation experiences in psychoanalysis. By the end, in the final considerations, it is presented the points that need to be better developed and also is and also it is discussed a few about the relation of the questions presented in the thesis with the relationship of the subject with the contemporary culture. |
Unidade Acadêmica: | Instituto de Psicologia (IP) Departamento de Psicologia Clínica (IP PCL) |
Informações adicionais: | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2018. |
Programa de pós-graduação: | Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura |
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Aparece nas coleções: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
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