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Título: Violência e resistência : representação discursiva da assistência obstétrica no Brasil em relatos de parto e cartas à/ao obstetra
Autor(es): Regis, Jacqueline Fiuza da Silva
Orientador(es): Hammerschmidt, Claudia
Resende, Viviane de Melo
Assunto: Violência obstétrica
Parto (Obstetrícia)
Humanização do parto
Análise crítica do discurso
Data de publicação: 24-Mar-2017
Referência: REGIS, Jacqueline Fiuza da Silva. Violência e resistência: representação discursiva da assistência obstétrica no Brasil em relatos de parto e cartas à/ao obstetra. 2016. 262 f., il. Tese (Doutorado em Linguística)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
Resumo: Nesta pesquisa qualitativa, analisei relatos de parto e cartas à/ao obstetra nos quais a mulheres abordam suas experiências com a gestação, o parto e a assistência obstétrica, muitas vezes denunciando a violência sofrida nesses eventos e se constituindo, também por isso, enquanto sujeitos de resistência na luta por seus direitos sexuais e reprodutivos. Nesses relatos e cartas é recorrente a menção direta ou indireta à violência obstétrica. Esses documentos são parte de um projeto coletivo com potencial para influenciar o fluxo do ‘rio de conhecimento’ que é o discurso sobre o parto. Por isso, minha decisão em focar analiticamente esse tipo de documento. O estudo, interdisciplinar pela natureza mesma da questão tratada, foi realizado no âmbito da Análise de Discurso Crítica (ADC) (M. Jäger, 1996; Chouliaraki & Fairclough, 1999; Fairclough, 2003; Resende, 2009; Ramalho & Resende, 2011; S. Jäger, 2012), investigando a representação, a identificação e a ação de mulheres no feixe discursivo afeto à gestação e ao parto e, por consequência, à assistência obstétrica. Entre os resultados do estudo, destaca-se o reconhecimento da escrita e da divulgação de relatos de parto e de cartas à/ao obstetra como projetos individuais dentro de uma luta coletiva, na qual mulheres se utilizam dos recursos de que dispõem para comunicar, com teor de manifesto, de conclamação, de convite à resistência, a experiência vivida e a promessa de uma assistência mais digna.
Abstract: In this qualitative research project, I analyzed written birth stories and letters to the obstetrician in which women discuss their experiences of pregnancy, childbirth and obstetric care, often denouncing the violence suffered during these events, meanwhile constituting themselves also as subjects of resistance in the struggle for their sexual and reproductive rights. These stories and letters often mention obstetric violence. These documents are part of a collective project with the potential to influence the flow of the 'river of knowledge' (M. Jäger, 1996; S. Jäger, 2012) that is discourse on birth. With this intention, I decided to focus analytically on these types of document. This interdisciplinary study was mainly carried out under the Critical Discourse Analysis (CDA) approach (M. Jäger, 1996; Chouliaraki & Fairclough, 1999; Fairclough, 2003; Resende, 2009; Ramalho & Resende, 2011; S. Jäger, 2012), investigating the representation, identification and action of women in the discursive strand related to pregnancy and childbirth and therefore to obstetric care. Among the results of the study is the recognition of writing and propagation of these stories and letters as individual projects within a collective struggle in which women use the available resources to communicate their experiences as a manifesto, to call upon resistance and also as a promise for more dignified care.
Resumen: En esta investigación cualitativa, analicé relatos de parto y cartas a las/a los médicas/os obstetras en las cuales las mujeres cuentan sus experiencias durante la gestación, el parto y la atención obstétrica, muchas veces denunciando la violencia sufrida en esos episodios y constituyéndose, por esa razón, en sujetos de resistencia en la lucha por sus derechos sexuales y reproductivos. En esos relatos y cartas es recurrente que se mencione directa o indirectamente la violencia obstétrica. Esos documentos forman parte de un proyecto colectivo con posibilidad de incidir en el flujo del “río del conocimiento” que es el discurso sobre el parto. Por ello, elegí trabajar con esos géneros textuales. El estudio, de carácter interdisciplinario por la misma naturaleza del tema tratado, fue realizado en el ámbito del Análisis Crítico del Discurso (ACD) (M. Jäger, 1996; Chouliaraki & Fairclough, 1999; Fairclough, 2003; Resende, 2009; Ramalho & Resende, 2011; S. Jäger, 2012), en el cual investigué la representación, la identificación y la acción de mujeres en el haz discursivo respecto a la gestación, al parto y, en consecuencia, a la asistencia obstétrica. Entre los resultados de la investigación sobresalen el reconocimiento de la escritura y de la divulgación de relatos de parto y de cartas a la/al médica/o obstetra como proyectos individuales que se incluyen en una lucha colectiva en la cual las mujeres disponen sus recursos para comunicar, a manera de manifiesto, de proclama, de invitación a la resistencia, la experiencia vivida y la promesa de una atención obstétrica más digna.
Informações adicionais: Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, 2016.
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
DOI: http://dx.doi.org/10.26512/2016.12.T.23054
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