O eu no trabalho : um estudo teórico-clínico acerca da negação

Abstract

A presente dissertação consiste em um estudo teórico-clínico com servidores de um órgão público do poder judiciário acerca das vivências do Eu no trabalho a partir da análise da negação enquanto defesa primordial do psiquismo frente às injunções e constrangimentos das organizações de trabalho. Escolhemos a teoria psicanalítica freudiana articulada com a apresentação de casos clínicos como base para compreensão da negação. Nossa reflexão é complementada com pressupostos da psicodinâmica do trabalho e elementos da análise da linguagem, utilizando o pensar páthico como instrumento de análise. Consideramos que, na língua alemã, os termos Verwerfung, Verleugnung, Verneinung indicam a negação em diferentes registros e expressam, do ponto de vista clínico, o psiquismo frente às exigências da civilização. Por último, ressaltamos que as noções apresentadas por Freud em “Die Verneinung” (1925) são essenciais para pensarmos uma adaptação menos mortífera do Eu à organização do trabalho. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT

The present dissertation consists of a theoretical-clinical study with servers on a public agency of the Judiciary about the experiences of the I at work from the analysis of denial while a primary defense of the psyche against the injunctions and constraints of work organizations. We chose the Freudian psychoanalytic theory articulated to the presentation of clinical cases as a basis for understanding the denial. Our discussion is complemented with assumptions of the psychodynamics of work and elements of the analysis of language, using the pathic thinking as an analytical tool. We believe that, in German, the terms Verwerfung, Verleugnung, Verneinung indicate the negation of different registers and express, from the clinically point of view, the psyche to the demands of civilization. Finally, we emphasize that the ideas presented by Freud in "Die Verneinung" (1925) are essential to think a less deadly adaptation of the I to the work organization.